O novo Entrecampos desenhado por Souto de Moura e Siza Vieira

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Imagem via 18:25 Studio

O vazio deixado pela feira popular em Entrecampos ser preenchido por um novo empreendimento urbanístico da autoria de Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto de Moura e incluído na denominada Operação Integrada de Entrecampos. O conjunto de edifícios terá escritórios, espaço comerciais e 279 habitações de venda livre, e estarão rodeados por uma extensa área verde. E porque é uma “operação integrada”, haverá ainda construção e renovação de edifícios para classe média na zona, com rendas entre os 200 e os 600 euros.

A Operação Integrada de Entrecampos surge depois de várias tentativas fracassadas para dar uma nova utilização aos terrenos da antiga feira popular e uma forma de combinar rendas acessíveis, com habitação de luxo, escritórios, áreas comerciais e espaços verdes, naquela que será a maior operação de urbanização de Lisboa nos próximos anos.

Além das 279 habitações para venda livre, serão criadas 700 novas habitações integradas no Programa de Renda Acessível, 122 das quais nasceram com a reconversão de escritórios da Segurança Social, na Avenida da República. O valor das rendas para a classe média, ao abrigo do Programa Renda Acessível, vai situar-se entre os 200 e os 600 euros, em função da capacidade do rendimento de cada família e da tipologia do prédio (T0, T1 e T2), como explicava O Corvo em 2018. A Câmara Municipal de Lisboa irá investir um máximo de 100 milhões de euros, correspondes ao custo da construção directa dos 515 fogos em terrenos municipais; mas o investimento total da operação poderá rondar os 800 milhões de euros, a maior fatia da responsabilidade de privados, nomeadamente da Fidelidade.

Parte do objectivo é atrair empresas para aquela parte da cidade e fazer nascer 15 mil postos de trabalhocomo explicava aos jornalistas em 2018, aquando da apresentação do projecto, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina. “O que vai nascer nos terrenos da Feira Popular é o que estava previsto há cerca de dois anos: maioritariamente escritórios. Muitas empresas querem localizar-se e criar emprego em Lisboa e não encontram escritórios de qualidade na cidade. Esta é uma queixa recorrente e ter este espaço é essencial, até para que a vida das pessoas seja mais cómoda e tenha mais qualidade, ao estarem perto do trabalho e dos transportes”, explicou o autarca, citado pelo Corvo.

A Operação Integrada de Entrecampos incluirá ainda três creches, um jardim de infância, uma unidade de cuidados continuados, centros de dia e um lar, e ainda áreas culturais, entre as quais uma galeria de arte e um espaço de preservação da memória do Teatro Vasco Santana. Quanto a mobilidade, existirá uma nova ligação viária entre a Avenida da República e a 5 de Outubro e será completada a ciclovia na rotunda de Entrecampos; deverá também existir um novo atravessamento pedonal e ciclável na Avenida da República logo a seguir ao túnel. O projecto incluí ainda a criação de um parque de estacionamento subterrâneo, de gestão privada, na 5 de Outubro, com capacidade para dois mil lugares.

Com uma área de 27 hectares, 60% dos quais reservados a espaço público e a zonas verdes que darão continuidade ao jardim do Campo Grande, a Operação Integrada de Entrecampos dará uma nova dinâmica a Entrecampos – uma parte da cidade muito bem servida de transportes públicos, com acesso directo a comboios suburbanos, regionais e de longo curso, ao metro, à rede da Carris, às bicicletas GIRA e à rede ciclável da cidade.

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