Poluição atmosférica custa 635 milhões por ano a Lisboa

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Fotografia de Luca Severin vía Unsplash

A poluição atmosférica mata 6630 pessoas por ano em Portugal e tem um custo económico elevado. Em Lisboa, a má qualidade do ar custa anualmente à cidade 635 milhões de euros e a cada pessoa 1159 euros. A conclusão é de um estudo da Aliança Europeia de Saúde Pública (EPHA, na sigla original), uma associação europeia sem fins lucrativos na área da saúde pública, com mais de quatro dezenas de organizações com membros em 21 países.

O estudo, divulgado esta quarta-feira e que pode ser consultado aquí, refere ainda que, no panorama europeu, a poluição atmosférica custa 1276 euros por ano a cada cidadão europeu residente numa cidade e cerca de 166 milhões de euros no total da Europa. Estes valores têm em conta o custo das mortes prematuras, dos tratamentos médicos, dos dias de trabalho perdidos e de outros custos de saúde causados pelos três poluentes atmosféricos mais perigosos: partículas em suspensão (PM), ozono (O3) e dióxido de azoto (NO2).

Em média, as PM causam a grande maioria dos custos (82,5%), seguidas do NO2 (15%, principalmente devido ao tráfego) e do O3 (2,5%, com origem na combustão). As proporções variam “consideravelmente de cidade para cidade”, aponta o documento da EPHA, onde os transportes são identificados como uma importante fonte de poluição do ar urbano.

A EPHA analisou 432 cidades de todos os países da União Europeia (UE) e ainda do Reino Unido, Noruega e Suíça. O documento refere que o problema da má qualidade do ar faz-se sentir especialmente nas cidades, sendo que são as cidades maiores e mais caras onde de um modo geral os custos associados à poluição são também maiores. Diz a EPHA que é em cidades que vivem dois terços dos europeus e que dois terços das cidades europeias violam as normas de ar limpo estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo a Agência Europeia do Ambiente (AEA), a poluição atmosférica é a maior causa de mortes prematuras por factores ambientais na Europa (todos os anos cerca de 400.000 europeus morrem prematuramente devido à má qualidade do ar) e que, apesar de hoje o ar europeu ser mais limpo que há meio século, ainda assim as avaliações anuais da qualidade do ar na Europa “mostram consistentemente que a poluição atmosférica continua a representar um perigo para a saúde humana e para o ambiente”. Além da perda de vidas, a poluição aumenta os custos na saúde, reduz a produtividade, prejudica os solos, culturas, florestas, lagos e rios, e e as próprias casas, pontes e outras infra-estruturas, diz a AEA.

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