
En 46 novos quilómetros de linha férrea entre a Covilhã e a Guarda, que entraram em funcionamento no início de Maio, conectam a linha da Beira Baixa à da Beira Alta, criando o primeiro anel ferroviário nacional – uma espécie de “linha circular” que passa por Lisboa, Coimbra, Guarda, Covilhã, Castelo Branco e Abrantes. Com o fecho anunciado da Linha da Beira Alta para obras no final do ano, durante nove meses, só em 2023 é que este anel ferroviário das Beiras poderá ser verdadeiramente aproveitado. A CP já tem algumas ideias.
Uma delas passa pela criação de uma ligação Intercidades entre Lisboa e Porto que passe pelas Beiras, conforme reporta o Dinheiro Vivo. Não será o Intercidades mais rápido entre as duas maiores cidades portuguesas, mas não é esse o objectivo. A ideia é que este comboio, que poderá ter uma cadência de três em três horas, possa apanhar passageiros pela zona das Beiras e levá-los directamente até Lisboa ou Porto, ou vice-versa. Apesar de já existirem ligações directas entre a capital e a Guarda ou Covilhã, para chegar à Invicta é preciso trocar de comboio nas estações de Pampilhosa, Coimbra-B ou Entroncamento.
A CP prevê lançar este serviço em meados de 2023, depois de a Linha da Beira Alta reentrar ao serviço após modernização, aproveitando as recuperadas locomotivas 2600 e carruagens ARCO; estas últimas foram compradas a Espanha no ano passado e que têm estado a ser modernizadas nas oficinas da CP. A operadora quer também um Intercidades entre Castelo Branco e Coimbra, evitando o actual transbordo no Entroncamento.
Por agora, existem serviços Intercidades, a partir de Lisboa e com passagem por Coimbra, prolongados da Guarda até à Covilhã, bem como serviços Regionais entre a Guarda e a Covilhã, com horários conjugados com os Intercidades que param nestas duas cidades.