Governo pretende investir 3 milhões a ensinar crianças a andar de bicicleta

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Fotografia cortesia de Manuel Rodrigues Levita/CML

O Governo pretende introduzir o ensino da bicicleta em todas as escolas do 2º Ciclo, através do seu programa Desporto Escolar (DE). Apesar de estar a ser enquadrado como desporto, a aprendizagem do ciclismo na escola vai envolver também a utilização da bicicleta como meio de transporte e a promoção da segurança e cidadania rodoviária.

O projecto, intitulado de Desporto Escolar Sobre Rodas, arrancou no ano lectivo de 2019/20 numa versão de piloto em 24 agrupamentos de ensino nacional. De acordo com a Direcção-Geral de Educação (DGE), a experiência resultou de uma experiência em parceria com a Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) com o intuito de “criar uma geração que entenda o ciclismo como um importante instrumento de mobilidade ecológica, contribuindo também para que a modalidade tenha uma maior expansão e notoriedade em Portugal”. O Desporto Escolar Sobre Rodas decorreu em escolas de norte a sul do país, tendo os conteúdos pedagógicos sido baseados no programa “O Ciclismo Vai à Escola”, iniciativa da FPC.

No ano lectivo seguinte, 2020/21, o piloto foi alargado a mais agrupamentos escolares, abrangendo 31, conforme noticia o Jornal de Notícias (JN). O mesmo meio refere agora que o executivo pretende alargar o Desporto Escolar Sobre Rodas a todas as escolas do 2º Ciclo a partir de Setembro e com o horizonte temporal de 2025. Para tal, vai fazer uso de três milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência, vulgo “bazuca europeia”, na aquisição faseada de bicicletas de diferentes tamanhos para os agrupamentos de ensino.

A bicicleta na estratégia de desporto escolar

Segundo o documento Programa Estratégico do Desporto Escolar 2021-2025, “pretende-se contribuir para que a bicicleta, enquanto meio de transporte limpo, possa ser dinamizada pelos mais novos, que serão os adultos de amanhã. Neste âmbito, durante os próximos 4 anos, serão distribuídas, por etapas, conjuntos de bicicletas a todas as escolas públicas com 2º Ciclo”. Lê-se também que “as sessões com os alunos deverão transmitir conhecimentos que lhes permitam perceber como é que alguns meios de transportes mais poluentes podem contribuir para reduzir a sustentabilidade do nosso planeta, devendo, por isso, optar por meios de transportes amigos do ambiente”.

O Desporto Escolar Sobre Rodas prevê que os alunos aprendam a pedalar em contexto protegido, dentro do recinto escolar, e mais tarde na via pública, e que haja uma “articulação com a Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária 2021-2030” para a promoção da “segurança e cidadania rodoviária”. As bicicletas poderão ser usadas pelos alunos que se inscreverem na modalidade e nas horas atribuídas à actividade pelas escolas, que a poderão alargar a outros níveis de ensino, conforme explica o JN. A este jornal, Sandro Araújo, vice-presidente da FPC, referiu que o alargamento do piloto a todas as escolas do 2º Ciclo “só peca por vir mais tarde do que o desejado” mas deixou um alerta importante: que além da aquisição das bicicletas, “sejam garantidas as condições de manutenção das bicicletas, para que as frotas sejam devidamente preservadas”.

Em Lisboa, a aprendizagem da bicicleta abrange as escolas do 1º Ciclo através da iniciativa municipal Lisboa Sem Rodinhas, integrada no Programa de Apoio à Educação Física Curricular. O projecto da Câmara de Lisboa arrancou no ano lectivo de 2018/19 com 853 alunos de 12 escolas, tendo sido alargado nos anos letivos seguintes. No ano lectivo 2020/21, juntou 55 escolas da cidade e quase uma centena de turmas, chegando a cerca de 2100 alunos.

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