A rua onde não passam carros

Um curto filme documental sobre a escadaria da Rua Cidade de Manchester, em Arroios, realizado por dois estudantes de cinema.

Imagem retirada do documentário

A Rua Onde Não Passam Carros é um curto filme, de estilo documental, apresentado por dois estudantes de cinema da Universidade Lusófona. André Bento e Henrique Oliveira partilham um olhar sobre a escadaria da Rua Cidade de Manchester, em Arroios.

“Propuseram-nos realizar um documentário em que capturássemos o espírito de um lugar”, conta André, por e-mail, ao Lisboa Para Pessoas. “A escadaria atraiu-nos porque é simultaneamente um monumento representativo de Lisboa, desconhecido de turistas e de muitos lisboetas, por ser um lugar belo, mas maioritariamente transitório, e, sobretudo, por ser um pequeno bairro em si mesmo.” André vive em Arroios e diz que adora o seu bairro, e a escadaria da Rua Cidade de Manchester sempre o cativou nas suas deslocações quotidianas.

“Adoro todos os seus pormenores e o sentido de comunidade que ali se vive. Queríamos capturar isso”, conta sobre a escolha da escadaria. “Uma grande parte desse sentido de comunidade e unicidade deve-se ao facto de a rua se ter adaptado à sua situação excepcional: é e será sempre impossível que lá passem carros. Isso torna-a única, e por isso as pessoas decidiram cuidar dela. Daí veio o nome do documentário.”

Filmaram durante três dias. “Manhãs, tardes e noites.” André aponta que “filmar um documentário é difícil” porque, ao contrário da ficção, não tem tudo estudado e planeado. “Aqui tínhamos de capturar o espontâneo. E para isso precisávamos de tempo, e que as pessoas já não estranhassem a nossa presença.” O documentário adopta um estilo observacional, sem intervenção dos realizadores na acção, mas também poético através, por exemplo, da opção pelo preto-e-branco. “Tratando-se a rua de um lugar tão bonito e cheio de cor, queríamos que o verdadeiro espírito da rua transparecesse de uma forma mais profunda. Para isso teríamos que nos focar nas pessoas e no quotidiano. Nas pequenas acções, na beleza única, e não apenas na beleza estética.”

No fundo, diz André, este documentário “é a nossa carta de amor a uma parte bonita da nossa cidade. A nossa carta de amor a um sítio que também nos dá amor de volta, sempre que lá passamos, e nos recorda que isso é importante”.

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