Reducción de la velocidad máxima de 25 a 20 km/h, límite de 6 km/h en zonas peatonales, casco obligatorio y edad mínima de 16 años. Prevenção Rodoviária Portuguesa se inspira en la realidad de otros países.

A Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP), associação privada de utilidade pública que faz da segurança rodoviária a sua actividade e missão, propõe limitar a circulação de trotinetas em resposta à sinistralidade que tem sido registada com este tipo de veículos.
Segundo a PRP, têm dado entrada em hospitais de Lisboa e do Porto vítimas de sinistros de trotineta eléctrica, muitas vezes em estado grave, nomeadamente com lesões cerebrais e a precisar de cuidados intensivos. Os responsáveis hospitalares, ouvidos pela associação, chamam a atenção para o aumento de casos nos últimos meses e para a necessidade de se apostar na sensibilização e de apertar as regras de segurança.
“O número de acidentes provocados por quedas de trotineta está a crescer bastante. Temos recebido vários casos, que resultaram não apenas em fraturas dos membros e dos punhos mas também, com frequência, em traumatismos cranianos graves e muito graves, porque as pessoas caem completamente desamparadas e batem com a cabeça sem nenhuma proteção. Já tivemos vários casos em cuidados intensivos, sobretudo de jovens e turistas”, refere Carlos Nascimento, director médico do Hospital Egas Moniz e chefe de equipa de Cirurgia Geral do Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.
O Centro Hospitalar de Lisboa Central, que integra o Hospital de São José, recebeu no último semestre uma média mensal de 31 casos graves de sinistros com trotinetas e bicicletas a requerer internamento e cirurgia. “Predominam as fracturas múltiplas e complexas, que são reveladoras da violência das quedas e em 25% dos casos há traumatismo cranioencefálico”, indica João Varandas Fernandes, Coordenador do Centro de Responsabilidade Integrado de Traumatologia Ortopédica de Lisboa Central.
A Prevenção Rodoviária Portuguesa olha para estes números com apreensão e irá apresentar ao Governo uma proposta de regulamentação que prevê, por exemplo, reduzir a velocidade máxima permitida de 25 para 20 km/h, descendo até aos 6 km/h nas zonas pedonais. A PRP sugere ainda a obrigatoriedade da utilização do capacete bem como o seguro obrigatório para todos os utilizadores, e a a proibição da utilização destes veículos por menores de 14 e 16 anos, consoante circulem nas ciclovias ou nas restantes vias.
Em Lisboa, tem sido possível assistir a algumas manobras arriscadas por parte de alguns utilizadores de trotinetas, mas a ausência de infraestrutura adequada e segura poderá também explicar alguns desses comportamentos mais abusivos. As sugestões da PRP não são inéditas, conforme refere o semanário Expresso. Noutros países, também se limitou a utilização de trotinetas. Espanha, por exemplo, vai impor a partir de Março o uso obrigatório de capacete para todos os utilizadores de trotinetas eléctricas, como acontece na Dinamarca, Finlândia e Grécia. O país vizinho decidiu também limitar estes veículos a maiores de 16 anos. A redução da velocidade máxima com assistência eléctrica de 25 para 20 km/h já foi aplicada na Dinamarca, Itália, Noruega, Suécia, Suíça e Alemanha, e em Itália, Bélgica, França e Grécia as trotinetas não podem andar a mais de 6 km/h em zonas pedonais.