E se os mapas da Carris fossem mais como os do Metro?

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Em 2010, a Carris testou diagramas semelhantes aos do Metro para apresentar a sua oferta em trรชs zonas-chave da cidade: Marquรชs, Rossio e Belรฉm. O sistema chamava-se “Spider Maps” e foi desenvolvido por uma empresa do Porto.

Um Spider Map da Carris, 2010 (imagem cortesia de Autocarros de Lisboa/Carris)

Uma rede de metro รฉ muito mais perceptรญvel que um mapa da rede de autocarros. Enquanto que no Metro de Lisboa existem apenas quatro linhas, na Carris contam-se mais de uma centena de carreiras de autocarros e elรฉctricos. No entanto, se algumas dessas carreiras da Carris servem bairros ou trajectos mais curtos, outras sรฃo autรชnticas linhas que atravessam a cidade, muitas vezes em corredores BUS, o que lhes confere rapidez e eficiรชncia. Assim, a partir de um determinado ponto, pode desenvolver-se uma teia de ligaรงรตes da Carris para destinos que, se calhar, nรฃo sabรญamos que eram servidos por transporte pรบblico, pois o Metro nรฃo chega lรก e os mapas da Carris estรฃo sobrecarregados de informaรงรฃo.

Em Setembro de 2010, a Carris decidiu experimentar com os chamados Spider Maps โ€“ mapas simplificados que pretendiam ser uma alternativa aos diagramas convencionais e que permitiam uma consulta rรกpida das carreiras e destinos a partir de uma determinada zona. O projecto foi lanรงado em trรชs pontos de muita procura e oferta de transporte pรบblico: Marquรชs de Pombal, Rossio/Praรงa da Figueira e Belรฉm. O desenvolvimento dos Spider Maps esteve a cargo de uma empresa chamada OPT โ€“ Optimizaรงรฃo e Planeamento de Transportes, que nasceu nos anos 1990 no seio da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

Cada Spider Maps lanรงado pela Carris apresentava as carreiras e ligaรงรตes possรญveis a partir de cada um dos pontos โ€“ Marquรชs, Rossio e Belรฉm โ€“, em diagramas parecidos com os dos metro, com diferentes cores e com a indicaรงรฃo das paragens intermรฉdias, bem como de possรญveis ligaรงรตes com outros meios de transporte ao longo do trajecto. Nos principais pontos de partida (Marquรชs, Rossio e Belรฉm), as paragens estavam identificadas com letras A, B, C, D… para que os passageiros apenas tivessem de consultar o destino pretendido no verso dos mapas, numa lista ordenada alfabeticamente, para saberem em que paragem teriam de esperar pelo autocarro. Os Spider Maps acabaram por ser descontinuados.

O seguinte vรญdeo explica o conceito dos “spider maps”:

Reproductor de vรญdeo YouTube
Exemplo de uma paragem identificada, no Museu da Carris (fotografia cortesia de Autocarros de Lisboa/DR)

Segundo a empresa OPT, este tipo de mapas “sรฃo desenvolvidos com recurso a uma ferramenta que faz um prรฉ-processamento do esquema baseado na informaรงรฃo geogrรกfica da rede, sendo depois melhorado do ponto de vista do design e de legibilidade sem quebrar as regras de representaรงรฃo de linhas e pontos definidos para este tipo de esquemas”. Os Spider Maps “apresentam uma zona de maior destaque (o Hub) que ocupa o centro do mapa e, a partir daรญ, todos os percursos de autocarros que, duma forma radial se dirigem aos seus destinos finais”. O objectivo, refere a OPT, รฉ facilitar a percepรงรฃo da rede de transportes como um todo, principalmente em zonas onde se concentram vรกrias oportunidades de transporte.

Os Spider Maps da Carris foram recuperados, recentemente, numa das rubricas da comunidade digital Autocarros de Lisboa, que reรบne perto de trรชs milhares de seguidores no Facebook, entre meros entusiastas da Carris e pessoas que querem saber, de forma simples e prรกtica, todas alteraรงรตes ao serviรงo da operadora rodoviรกria municipal da cidade.

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