O túnel do Corredor Verde do Vale de Alcântara, que ainda está em construção, recebeu um trabalho de arte urbana assinado por José Carvalho, mais conhecido por Ozearv.

O Corredor Verde do Vale de Alcântara, que foi anunciado em 2016 e cuja conclusão chegou a estar prevista para 2018, começa na estação de comboios de Campolide mas ainda não passa da passagem inferior sob a linha de comboio. A parte do Corredor Verde que inclui a Avenida de Ceuta está por fazer; depois do segundo concurso público já ter ficado fechado, resta agora aguardar pelo arranque da empreitada. Enquanto esse processo não ata nem desata, deu-se uma nova cor ao túnel que um dia terá continuação.
O túnel do ainda incompleto Corredor Verde do Vale de Alcântara conta agora com uma intervenção de arte urbana assinada por José Carvalho, mais conhecido por Ozearv. O trabalho foi realizado no âmbito da Galeria de Arte Urbana da Câmara de Lisboa, por convite. Ozearv conta com um vasto percurso artístico e apresenta outras obras em Lisboa, abordando sempre temáticas associadas a elementos naturais, com presença de vegetação e animais, e com uma reconhecida profusão de desenho de traço largo.





O trabalho que desenvolveu nesta passagem inferior elege os elementos da Terra e da Água, acentuando a vertente da vegetação (verde) para o interior do novo túnel ciclopedonal e, a referência à antiga ribeira de Alcântara, que agora passa no subsolo, no chamado Caneiro de Alcântara, juntamente com águas pluviais. A obra artística estende-se do exterior para o interior do túnel, integrando-se e valorizando a paisagem natural envolvente.
De modo a permitir a leitura do faceamento dos muros de entrada, na pintura do túnel e respectivos acessos acentuaram-se as faces, uma vez que a introdução de desenhos iria atenuar o efeito original do desenho arquitectónico e retirar força ao carácter escultórico do projeto. A cor foi introduzida apenas no túnel, para reforçar o contraste com as paredes facetadas a preto-e-branco da entrada.






O túnel sob a linha de comboio ficou concluído em Maio de 2021 e o concurso público para dar continuidade ao Corredor Verde foi lançado – pela segunda vez – dois meses depois; a obra já estará consignada e espera-se agora pelo lançamento da empreitada no terreno. Entretanto, e não sendo impeditivo do arranque das obras, na reunião do executivo camarário de dia 14, esteve na ordem de trabalhos uma proposta com vista a alterações técnicas na empreitada – essa proposta, cujo detalhe se desconhece, não voltou ainda a ser reagendada.


Quando estiver concluído, o Corredor Verde do Vale de Alcântara vai permitir uma ligação pedonal e ciclável entre o Parque Florestal de Monsanto e o alto do Parque Eduardo VII e o rio Tejo, passando pela estação de comboios de Campolide. Como parte desse Corredor, foi criado um túnel que permite a passagem por debaixo da linha férrea, atravessando para a Avenida de Ceuta. A requalificação desta Avenida, com a criação de um curso de água reutilizada à superfície e de um passeio ciclopedonal num dos lados, é a última parte do Corredor.
Esta intervenção abrange cerca de 13 hectares, ao longo de mais de três km, harmonizando corredores ciclopedonais, novos espaços verdes, mais e melhor iluminação, utilização de água reciclada para rega, equipamento urbano e mais de 700 novas árvores.
