La CML aprueba poner nombres de mujeres a las calles para corregir la desigualdad en la toponimia

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A ideia รฉ comeรงar pelo Bairro de Sรฃo Joรฃo de Brito, em Alvalade, e que estรก actualmente em processo de legalizaรงรฃo.

Lisboa Fotografรญa Para Personas

Num trabalho de levantamento do gรฉnero das ruas de Lisboa, realizado por um cidadรฃo, identificou-se que apenas 5% das cerca de cinco mil ruas da capital tรชm nomes de mulheres e que, esta desigualdade na toponรญmia da cidade, se verifica tambรฉm em jardins, escolas e hospitais. A Cรขmara de Lisboa quer resolver isso.

De acordo com uma proposta discutida e votada no dia 8 de Marรงo, o municรญpio de Lisboa pretende “promover a atribuiรงรฃo de nomes de mulheres com relevo na Histรณria da Cidade de Lisboa ร s ruas da cidade que ainda nรฃo tรชm nome ou cuja designaรงรฃo se encontre obsoleta e desprovida de identidade, designadamente, por exemplo, ร s ruas do Bairro de Sรฃo Joรฃo de Brito, actualmente em processo de legalizaรงรฃo”.

Ou seja, a Cรขmara de Lisboa aprovou dar mais nomes de mulheres a ruas โ€“ comeรงando pelas do Bairro de Sรฃo Joรฃo de Brito. A proposta partiu dos vereadores do PS, do Livre e dos Cidadรฃos Por Lisboa e foi aprovada por unanimidade em reuniรฃo do executivo camarรกrio. A proposta prevรช que o trabalho de toponรญmia seja feito em conjunto com a populaรงรฃo da cidade, pretendendo-se “promover com as populaรงรตes do Bairro de Sรฃo Joรฃo de Brito um processo de auscultaรงรฃo e diรกlogo sobre os nomes a atribuir, bem como avaliar os contributos de topรณnimos alternativos escolhidos pela populaรงรฃo”.

Alรฉm de ruas, a ideia รฉ resolver a desigualdade de gรฉnero tambรฉm nos “novos edifรญcios municipais (nomeadamente equipamentos educativos, sociais, desportivos, culturais) e em jardins e obras que venham a adornar o espaรงo pรบblico, contribuindo para uma distribuiรงรฃo mais paritรกria dos nomes que povoam o espaรงo pรบblico em Lisboa”.

A proposta aprovada abrange ainda “propor ao Conselho Municipal para Igualdade que estude a propositura de nomes de mulheres com relevo para a Cidade de Lisboa, para que a Comissรฃo Municipal de Toponรญmia possa avaliar, submetendo, posteriormente, a deliberaรงรฃo de Cรขmara”, de modo a que alguns nomes de ruas possam ser eventualmente alterados.

Em declaraรงรตes ao jornal Mensagem de Lisboa, Cรกtia Rosas, vereadora do PS, indicou que “esta questรฃo da visibilidade pode parecer que รฉ pouco significativa, mas รฉ muito mais do que simbรณlico”porque “o espaรงo pรบblico รฉ onde estamos, onde nos deslocamos e tem que estar pensado para toda a populaรงรฃo”.

Recorde-se que, em Dezembro, Manuel Banza, cientista de dados, publicou uma anรกlise ร  toponรญmia da cidade, identificando uma desigualdade de gรฉnero nรฃo sรณ nas ruas, mas tambรฉm em praรงas e parques. Mais recentemente, um trabalho europeu de jornalismo de dados โ€“ Mapping Diversity - trabalhou sobre perto de 146 mil ruas de 30 cidades europeias, e percebeu que mais de 90% dessas ruas sรฃo dedicadas a homens brancos. Em Lisboa, a equipa do Mapping Diversity percebeu que apenas 10% de nomes femininos na toponรญmia de Lisboa โ€“ uma percentagem maior que a da anรกlise de Banza, mas que, ainda assim, revela uma profunda desigualdade.

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