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Greve do lixo em Lisboa. Uma greve “política” e “injusta”?

O final do ano ficou marcado por uma greve dos trabalhadores da Higiene Urbana da Câmara de Lisboa. Os sindicatos acusaram a autarquia de não cumprir o acordo assinado em 2023, mas Moedas apresentou uma leitura diferente e classificou a paralisação como “injusta” para os lisboetas, afirmando que estes não poderiam ser “vítimas de qualquer estratégia de afirmação política”. Mas, afinal, quem tem razão? E o que diz, detalhadamente, cada parte?

O final do ano ficou marcado por uma greve dos trabalhadores da Higiene Urbana da Câmara de Lisboa. Os sindicatos acusaram a autarquia de não cumprir o acordo assinado em 2023, mas Moedas apresentou uma leitura diferente e classificou a paralisação como “injusta” para os lisboetas, afirmando que estes não poderiam ser “vítimas de qualquer estratégia de afirmação política”. Mas, afinal, quem tem razão? E o que diz, detalhadamente, cada parte?

Lixo acumulado nas ruas da Alta de Lisboa na manhã de dia 27 de Dezembro (fotografia LPP)

Há muito que se fala do lixo acumulado nas ruas de Lisboa. Moradores dizem que a cidade está mais suja e fotografias de resíduos acumulados em torno das eco-ilhas vão sendo partilhadas nas redes sociais. O PS chegou a espalhar outdoors pela cidade com a imagem de caixotes cheios de lixo e o nome de Moedas. Campanha na qual o Presidente da Câmara depressa pegou, antecipando um tema que seria, sem dúvida, arma de arremesso político nas eleições de 2025 e fez da higiene urbana uma das suas prioridades.

Orçamento da higiene urbana para 2025 (via CML)

Na apresentação do Orçamento Municipal para 2025, foi anunciada uma verba de 38 milhões de euros para a higiene urbana – um reforço de 65% em relação aos 23 milhões orçados para 2024. Num balanço do mandato, o orçamento total nesta área foi de 150 milhões, mais 67% em relação aos 90 milhões do mandato anterior dos socialistas. Desse bolo, 17 milhões terão sido para a aquisição de viaturas, mais 6 milhões comprando com o mandato de Medina.

"Contratámos cerca de 400 novos funcionários para os quadros do departamento de higiene urbana e abrimos os procedimentos para a contratação de mais uma centena, nos próximos meses”, referiu o Vice-Presidente, Filipe Anacoreta Correia, na apresentação das previsões orçamentais aos jornalistas.

Ao mesmo tempo, a higiene urbana tornou-se um tema central nas redes sociais da Câmara de Lisboa, com a autarquia a partilhar vídeos de entrevistas a residentes e visitantes, fotografias da limpeza das ruas e recolha de resíduos, e também uma polémica intervenção de uma munícipe numa reunião pública descentralizada.

É neste contexto que chegamos a 18 de Dezembro, com uma greve convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML) e pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), e com uma conferência de imprensa de Moedas. Os trabalhadores e trabalhadoras da higiene urbana da Câmara de Lisboa ameaçavam parar durante o Natal e Ano Novo.

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