TTSL anunciou a suspensão do ferry que liga Belém, Porto Brandão e Trafaria por “motivos técnicos” e sem conseguir prever a retoma do serviço.

A ligação fluvial entre Belém e Trafaria encontra-se suspensa temporariamente “por motivos técnicos”, avança a TTSL em comunicado, informando ainda que, “de momento, não é possível prever a retoma do serviço regular”. A transportadora não avançou mais detalhes sobre estes motivos técnicos e esta inesperada interrupção a partir deste quarta-feira, 27 de Julho.
“Lamentando os incómodos causados, estamos a desenvolver os esforços para restabelecer, com a maior brevidade possível, o serviço de transporte nesta ligação fluvial”, diz ainda a empresa. A ligação entre Belém e Trafaria, que passa em Porto Brandão, é a única das cinco linhas da TTSL onde circulam embarcações do estilo ferries, que permitem o transporte de veículos como carros e motas. É também a única ligação da TTSL onde é permitido o transporte de um número significativo de bicicletas, nomeadamente 30, de forma gratuita.
O transbordador Belém – Porto Brandão – Trafaria é também uma boa opção para aceder às praias da Costa da Caparica, seja a pé (com a ajuda dos autocarros da Carris Metropolitana na outra margem), seja por bicicleta (com a ligação ciclável existente no lado de Almada, a partir da Trafaria). Em altura de Verão, a interrupção desta ligação pode ter um impacto também no turismo e lazer da população.
En una declaración, a Área Metropolitana de Lisboa (AML) diz que “foi informada pelo conselho de administração da TTSL” da suspensão e reforça que “o serviço será retomado assim que possível”. No entanto, a AML, que através da TML é responsável pela Carris Metropolitana, não anunciou qualquer oferta rodoviária alternativa ao transporte fluvial.
Por seu lado, as organização sindicais representantes dos trabalhadores da TTSL – o Sindicato dos Fluviais e a Simamevip – indicam que “a supressão de carreiras da Transtejo continua (…) devido à falta de investimentos e planificação da manutenção”. “Os investimentos na frota, a admissão de trabalhadores são pontos centrais da luta dos trabalhadores da Transtejo, porque se isso não for feito, a cada dia que passa, haverá mais navios imobilizados”, alertam os sindicatos. “É preciso investir também na programação da manutenção, na aquisição de materiais e equipamentos, na admissão de trabalhadores, para dotar a empresa com os meios necessários para repor a capacidade de recuperação de navios e terminar a situação que hoje se passa, de ‘canibalizar’ um navio para colocar outro a navegar.”
Nos últimos dias, a TTSL também não tem conseguido assegurar em pleno a ligação fluvial entre o Cais do Sodré e Cacilhas, alegando “constrangimentos técnicos na frota” e anunciado possíveis “perturbações no serviço”. Este aviso foi emitido no dia 25 de Julho, repetido no dia 26 e replicado novamente neste dia 27. “Por motivo de constrangimentos técnicos na frota não é possível garantir a realização de todas as carreiras previstas”, comunicou a operadora. “Com o objectivo de minimizar o impacto de supressões e atrasos de carreiras, alguns navios iniciam viagem logo que seja alcançada a lotação máxima de passageiros embarcados, independentemente do horário previsto.”