
Primeiro, foi apontada para o final deste ano. Depois, para o início de 2022. Mais tarde, falou-se em meados do próximo ano. A justificação dada ao jornal Público no passado mês de Junho tinha sido um atraso da emissão do visto pelo Tribunal de Contas. O visto chegou e sabe-se agora quando a Carris Metropolitana deverá entrar em operação: Julho de 2022.
A Carris Metropolitana representa um investimento de cerca de 1,2 mil milhões de euros e permitirá revestir o transporte público rodoviário na Área Metropolitana de Lisboa (AML) de amarelo e com uma marca única, que significará também uma rede e bilhética pensadas de forma integrada entre os 18 municípios que compõem a referida AML. A previsão é que a Carris Metropolitana represente um aumento do serviço em cerca de 40%, em relação à oferta do período pré-pandemia, com mais carreiras, mais percursos e circulações, autocarros mais modernos, mais eficientes e ambientalmente mais sustentáveis.
Com a Carris Metropolitana, irão desaparecer, por exemplo, as marcas Vimeca ou TST, mas estas empresas privadas – à semelhança das outras que venceram o concurso público internacional em 2020 – passarão a operar com a nova marca e as regras comuns, definidas pela Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML). Por outras palavras, a Carris Metropolitana será composta por quatro diferentes concessões privadas, cada uma destas concessões representará uma fatia da AML: Noroeste (Amadora, Oeiras e Sintra), Nordeste (Mafra, Loures, Odivelas e Vila Franca de Xira), Sudoeste (Almada, Seixal e Sesimbra) e Sudeste (Alcochete, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal). De fora, ficam Lisboa, Barreiro e Cascais por existirem nestes concelhos operadores municipalizados (Carris, TCB e MobiCascais).
En una declaración, a AML referiu que recebeu luz verde do Tribunal de Contas “para a entrada em vigor dos contratos de serviço público de transporte rodoviário que serão geridos pela recém-criada Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML)”. O concurso público internacional, lançado a 13 de fevereiro de 2020, para sete anos de operação rodoviária, passou diversas fases de diligências instrutórias que agora terminam com o visto do Tribunal de Contas no passado dia 17 de Agosto, “permitindo dar início ao processo de transição e de implementação da nova operação (10 meses), ficando previsto o arranque em Julho de 2022”.
A rede de serviço de autocarros, desenhada pela AML em conjunto com os 18 municípios, será composta por cerca de 600 linhas rodoviárias que servirão aproximadamente 2,7 milhões de potenciais utilizadores. “As melhorias a implementar terão ainda em consideração uma integração tecnológica e um planeamento e ajustamento do serviço às necessidades existentes, a promoção da pontualidade, regularidade, confiabilidade do sistema e uma maior simplificação das redes e serviços a prestar”, refere a AML.
“A sustentabilidade ambiental será promovida, através da renovação e qualificação da frota, com uma diminuição da idade média dos autocarros de 15 anos para menos de um ano e a inclusão de uma cota de veículos não poluentes e energeticamente eficientes, com medidas de eco-condução, condução económica, segura e confortável. Está prevista uma melhoria do foco e atenção ao passageiro, com o alargamento da rede de vendas e serviços de apoio e gestão centralizada da informação e das necessidades de apoio às pessoas.”
A Área Metropolitana de Lisboa (AML) é a entidade responsável pela gestão da Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML), que, por seu lado, irá supervisionar a Carris Metropolitana. “A Carris Metropolitana vem dar continuidade a uma revolução, sem paralelo, na mobilidade da região metropolitana de Lisboa que tem como objetivo a promoção da qualidade de vida e uma alteração da repartição modal a favor dos transportes públicos e da mobilidade sustentável”, conclui o comunicado da AML.