Zona de quintas, olivais e vinhas noutros tempos, o Paço do Lumiar mantém ainda hoje alguns vestígios dessa época. Mas, tal como outras partes da cidade, não resistiu à chegada do “progresso” e do automóvel. Tornou-se uma zona de atravessamento com duas vias de trânsito que deixavam a pequena e bonita Capela de São Sebastião isolada, no meio do alcatrão e do vai e vem de carros vindos ou a caminho da Avenida Padre Cruz.
Desde 2019 que todo o Paço do Lumiar tem vindo a ser requalificado, numa intervenção dividida em três fases e que se prolongou além dos prazos inicialmente desenhados. Quase concluída, a obra deixa o Paço com muito menos alcatrão e um aumento significativo da área pedonal. A estrada passou a ter apenas uma via e dois sentidos que se encontram a meio, tornando impossível o tráfego de atravessamento. Menos poluição, menos ruído e menos congestionamento são os principais benefícios desta requalificação. Há mais bancos e zonas de estadia, novas caldeiras onde deverão ser plantadas árvores e dois contra-fluxos cicláveis que permitem atravessar o Paço de uma ponta à outra de bicicleta.
O Paço do Lumiar, com a sua beleza arquitectónica única, as suas quintas, a sua vida de bairro e dois importantes museus – o Museu Nacional do Traje e o Museu Nacional do Teatro –, torna-se agora um ponto aprazível e obrigatório para visitar em Lisboa.