E se déssemos cor àquelas barreiras de betão?

Fotografia cortesia de Departamento de Transportes de Nova Iorque, CC BY-NC-ND 2.0

O Departamento de Transportes do município de Nova Iorque tem vindo a embelezar as barreiras de betão que protegem ciclovias e passeios do tráfego motorizado com um programa de arte urbana. Uma ideia que poderia ser replicada em Lisboa.

Avenida Lusíada, Avenida Marechal Gomes da Costa e Avenida dos Combatentes. As ciclovias recentemente instaladas nestas artérias têm uma coisa em comum: a separação entre o tráfego ciclável e os restantes veículos é feita com recurso a barreiras de betão, conhecidas como New Jersey. Tal deve-se ao perfil de via rápida daquelas avenidas que convida a excessos de velocidade, acima do limite de 50 km/h.

As barreiras New Jersey têm este nome por terem começado a ser utilizadas em Nova Jérsia, nos Estados Unidos, para separar os dois sentidos de trânsito em auto-estradas. Desde então, tornaram-se comuns em vias rápidas em várias partes do mundo. Em cidades como Lisboa, podemos encontrar os blocos de betão New Jersey no meio da Segunda Circular, do Eixo Norte-Sul ou mesmo da Avenida Marechal Gomes da Costa. Com o passar do tempo, o betão foi escurecendo e ganhando sinais da sua permanência nos locais, tanto que nos fomos esquecendo da sua existência – passaram a ser parte natural da paisagem.

Contudo, estas barreiras – que alguns apelidam de muros urbanos – voltaram a ter atenção depois de começarem a ser utilizadas na criação de ciclovias segregadas e seguras em avenidas onde habitualmente se circulam a altas velocidades. A ciclovia da Avenida dos Combatentes, construída em 2019 entre a Praça de Espanha e o final da Avenida Lusíada, foi a primeira a ter os New Jersey como separadores físicos. Seguiram-se as ciclovias na Avenida Marechal Gomes da Costa e na Avenida Lusíada, que nasceram no início deste ano.

Críticos destas ciclovias não tardaram a descrever estas novas barreiras de betão – cuja finalidade é proteger os utilizadores vulneráveis de eventuais embates de viaturas, que, pela sua velocidade, podem provocar a sua morte – como muros que desfeiam e descaracterizam a cidade. Para solucionar este problema, a Câmara de Nova Iorque desenvolveu um programa de arte urbana com vista ao embelezamento das barreiras New Jersey que protegem ciclovias e passeios. Estes murais são desenvolvidos através de chamadas abertas a artistas. Os desenhos seleccionados são implementados no espaço de duas semanas nos locais designados, com o apoio e suporte do município.

Podes ver alguns dos desenhos implementados na galeria em baixo. Há mais imagens no Flickr do Departamento de Transportes de Nova Iorque.

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