
A prometida discussão sobre o futuro da Tapada das Necessidades pode agora iniciar-se. A Câmara de Lisboa concluiu e colocou em consulta pública, até ao próximo dia 1 de Julho, a primeira versão daquilo a que chamou de Plano de Salvaguarda da Tapada das Necessidades.
Nesse plano provisório, pretende-se fazer uma “descrição, análise e diagnóstico das especificidades, condicionantes e diversas valências deste jardim histórico em Lisboa, com vista à elaboração de uma estratégia que garanta a sua recuperação, conservação, requalificação global e manutenção a longo prazo”. A manterem-se os projectos da autarquia, essa requalificação passará, por um lado, por obras ao nível da infraestrutura a cargo da Câmara e, por outro, por obras de fundo e de reconstrução de algum edificado a cargo do Banana Café Emporium, a empresa a quem foi entregue por concurso público a concessão de uma parte do jardim. Em causa está a criação de novos equipamentos sociais e culturais, incluindo um restaurante. A petição dos Amigos da Tapada das Necessidades, que no final de Março juntava oito mil assinaturas, reúne agora quase 12 mil.
Entretanto, nova polémica: o jornal Público noticia esta semana que o vereador da Estrutura Verde, José Sá Fernandes, pediu a um director municipal, que dele depende, para rever um parecer que inviabilizava a aprovação das polémicas obras previstas para a Tapada. O director terá aceite o pedido e escrito um novo parecer, desta vez favorável. Sá Fernandes nega ter pressionado o director municipal.
Voltando ao Plano de Salvaguarda da Tapada das Necessidades. Quando finalizado, depois deste processo de consulta pública, deverá incluir uma análise arqueológica, histórica, arquitectónica, sociológica e económica do jardim com vista à elaboração de planos futuros sobre o que se poderá e não se poderá fazer naquele espaço. De acordo com a Câmara de Lisboa, a necessidade de realizar este plano resulta de dois pareceres da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) e e de um Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT).
A consulta da primeira versão do Plano de Salvaguarda da Tapada das Necessidades pode ser realizada nesta página ou aqui em baixo. A autarquia disponibilizou o endereço dmaevce.gpev@cm-lisboa.pt para auscultar a população até dia 1 de Julho.