A estátua do D. Sebastião regressou à fechada da estação do Rossio

Fotografia de Mário Rui André/Lisboa Para Pessoas

Destruída em 2016 por um indivíduo que se terá pendurado nela para tirar uma fotografia, a estátua de D. Sebastião voltou ao nicho da fachada da Estação Ferroviária do Rossio. No entanto, trata-se de uma réplica, uma vez que a original vai ficar devidamente protegida dentro da estação.

Segundo a Infraestruturas de Portugal (IP), responsável pela estação, a decisão de colocar uma réplica na fachada “deve-se ao facto de a escultura original estar vulnerável, por ter perdido propriedades físicas e químicas devido à qualidade da pedra e à idade da mesma”.

O restauro da estátua de D. Sebastião, a original, ficou concluída em Agosto do ano passado. Só ainda não foi colocada na estação porque se aguarda da Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) a apreciação ao projecto que prevê uma estrutura de vidro a proteger a escultura; a ideia é colocar a peça histórica no átrio inferior da estação, num local visível, mas protegida. “Desfeita em 90 fragmentos que os serviços da IP recolheram na sua totalidade, a escultura – que muitos consideraram irrecuperável – foi restaurada peça a peça, num trabalho moroso e de elevado grau de complexidade”, detalha a IP, em comunicado.

Fotografia de Mário Rui André/Lisboa Para Pessoas

A estátua de D. Sebastião é da autoria do escultor francês Gabriel Farail (1838-1892) – está assinada na zona lateral do escudo – e decorava a fachada neogótica do edifício da estação, projectado por José Luís Monteiro, e inaugurado ao público em 11 de junho de 1890. A escultura derrubada teve ao longo dos anos algumas pequenas alterações, detectadas em fotografias da época. O restauro da estátua de D. Sebastião foi executado pela conservadora Bruna Pereira de Oliveira e adjudicada à empresa Água de Cal, refere a IP.

Já a réplica foi executada em calcário branco semirijo pelo escultor e restaurador Pedro Lino, da empresa Pigmento Efémero – Artes e RestauroA produção da réplica demorou cerca de quatro meses, de acordo com um planeamento de trabalhos que envolveu a realização de moldes e contramolde do modelo original, que se encontra guardado no Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto, em Lisboa.

Pedro Lino, 41 anos, é natural de Leiria, estudou Cantaria Ornamental na Escola de Artes e Ofícios da Batalha e fez uma especialização em Conservação e Restauro em Lisboa. Participou em várias exposições individuais e colectivas, e colabora com a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC), empresas e museus em trabalhos de restauro e conservação, além de se dedicar à criação das suas próprias esculturas.

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