A Carris tem uma nova carreira pronta a lançar em 2023, que pretende “proporcionar uma ligação directa” entre o Colégio Militar e o Lumiar. Arranque está dependente de obras numa rua.

A Carris está a preparar o lançamento de uma nova carreira de autocarros no próximo ano. A futura 763 irá “proporcionar uma ligação directa“ entre o Colégio Militar e o Lumiar, passando pelo Bairro Padre Cruz, Quinta do Olival e Quinta dos Alcoutins. O lançamento da 763 implicará um ajuste à 768, que cobre uma parte desse território.
A informação foi avançada ao Lisboa Para Pessoas pela própria Carris, depois de algumas pessoas terem reportado referências à futura carreira em algumas paragens de autocarro. A indicação do 763 já lá estará, mas tapada com uma fita amarela.
A nova ligação da Carris irá “articular” a interface de transportes do Colégio Militar com o Lumiar, circulando por outra interface importante, a da Pontinha, pelo Bairro Padre Cruz, pelo Cemitério de Carnide, pelas urbanizações da Quinta do Olival e da Quinta dos Alcoutins (passando pelo centro de reciclagem da Valor Sul), pela Rua Formosinho Sanches e, por fim, pela Calçada de Carriche. “A frequência máxima prevista é de ordem das três circulações por hora a que corresponderão intervalos de partidas/passagens da ordem dos 20 minutos”, informa a Carris ao Lisboa Para Pessoas.

Segundo a operadora municipal, o lançamento da 763 está previsto para 2023, estando dependente da “disponibilidade de autocarros e motoristas”, e da “repavimentação da Rua Formosinho Sanches”, na Quinta dos Alcoutins. “Simultaneamente, com o lançamento do novo serviço, será introduzido um ajuste à carreira 768, de forma a eliminar parte da sua sobreposição com a nova carreira”, diz a Carris. A 768 da Carris liga actualmente a Cidade Universitária ao Lumiar, com um trajecto indirecto, que passa por Sete Rios, Colégio Militar (Estrada da Luz), Pontinha, Bairro Padre Cruz, Cemitério de Carnide e termina na Quinta dos Alcoutins.
Ligar ao Aeroporto?
Sobre um eventual prolongamento da 763 entre o Lumiar e o Aeroporto, resolvendo uma zona cinzenta da cidade, a Carris informa que não está previsto para já e afirma que “só poderá ser fundamentada após uma primeira fase de funcionamento do serviço, pela análise cruzada de vários factores que neste momento não estão disponíveis”. A Carris aponta a evolução da dinâmica de deslocações na cidade, a adesão ao novo serviço, ajustamentos que sejam feitos noutros serviços da carris, evoluções na oferta do Metro e da CP, e ainda “eventuais alterações na actual repartição modal em consequência das medidas que estão a ser tomadas ao nível da mobilidade na Área Metropolitana de Lisboa” como alguns desses factores.
Certo é que actualmente não existe uma ligação directa entre a zona do Lumiar (ou de Carnide) e o Aeroporto, apesar da proximidade geográfica do equipamento a esta zona densamente residencial da cidade. O Metro já chega ao Aeroporto, mas é preciso apanhar a Linha Verde em Telheiras ou no Campo Grande, ir até à Alameda, trocar aí para a Linha Vermelha e voltar para trás até ao Aeroporto, numa viagem que pode demorar 40-45 minutos. De autocarro ou combinando o metro com o autocarro, é possível fazer essa viagem em menos tempo – em cerca de 25-30 minutos –, mas essa opção implica sempre um transbordo. Em termos práticos, é possível apanhar o 767 e mudar para o 783 na Avenida do Brasil; ou ir na Linha Verde até ao Areeiro e apanhar aí o 705 ou 722.
A Carris explica ao Lisboa Para Pessoas que o seu serviço assenta num “conceito de rede e de complementaridade modal com os restantes modos de transporte presentes na cidade de Lisboa” e que “as limitações de recursos não nos permitem estabelecer de ligações diretas entre todos os pares origem/destino na cidade de Lisboa”. Ainda por mais, refere a operadora, “o actual sistema tarifário é flexível e potencia a possibilidade de transbordos sem penalização, quer dentro da rede da Carris, quer com o Metro e a CP urbana”.