Situação de perigo para a mobilidade pedonal arrastava-se há vários anos.
Outrora uma zona de circulação e de estacionamento automóvel, a Praça do Campo Pequeno como a conhecemos hoje – com um ampla área pedonal e ajardinada – foi fruto de uma requalificação realizada entre 2000 e 2006. Foi criada uma galeria comercial debaixo do edifício historicamente associado às touradas – e que se tem vindo a transformar num espaço cultural –, com cinema, restauração, ligação directa ao Metro e estacionamento. Graças a essa requalificação, a Praça do Campo Pequeno tornou-se, à superfície, numa das mais amplas e agradáveis praças pedonais da cidade de Lisboa.
No entanto, nos últimos anos, a praça foi apresentando um perigo para a mobilidade pedonal (e também ciclável, uma vez que até existe uma estação GIRA): as grelhas em pedra que protegiam as áreas de escoamento de águas pluviais (caleiras) encontravam-se danificadas e muitas delas tinham sido substituídas temporariamente por tábuas de madeira, que entretanto também se partiram. Algumas dessas estruturas em pedra já tinham sido trocadas por grelhas metálicas, mais resistentes, mas, com o tempo, o problema foi-se alargando a partes da praça que ainda tinham as proteções em pedra.
O problema está agora a ser resolvido e espera-se que seja de vez. Numa empreitada adjudicada por consulta prévia pela Junta de Freguesia das Avenidas Novas, ao abrigo da delegação de competências pela Câmara de Lisboa, estão a ser colocadas novas grelhas metálicas em redor da Praça do Campo Pequeno, substituindo as estruturas em pedra que ainda restavam e que assumiam, apesar de danificadas, a função de proteger as caleiras. Nesta intervenção de 143,1 mil euros, a cargo da empresa Obragoito, estão a ser limpas as áreas de drenagem das águas, a ser montadas as novas grelhas em substituição das que estão danificadas e a ser relocalizadas na praça as grelhas que ainda estão em bom estado.
Apesar das denúncias na aplicação Na Minha Rua e nas redes sociais, esta situação tardou a ser resolvida. “Estamos a falar de danos com imensos anos, atrevo-me a mencionar 10 ou mais anos, o que é inadmissível e inaceitável”, escreveu, por exemplo, uma munícipe numa reclamação dirigida à autarquia e divulgada num grupo online de vizinhos. Nos últimos anos, as grelhas partidas foram sendo substituídas por tábuas de madeira, sendo que algumas delas se partiram, criando buracos que poderiam ser perigosos para quem se desloca a pé ou de bicicleta, e em especial para pessoas com mobilidade condicionada.
