Oeiras prepara lançamento da sua rede municipal de bicicletas partilhadas

A Câmara de Oeiras prepara-se para lançar uma rede municipal de bicicletas partilhadas. Vai chamar-se Oeiras Move, a marca de mobilidade do município, e será gerido pela Parques Tejo, a “EMEL de Oeiras”. Numa fase piloto, terá estações e bicicletas ao longo da Ciclovia Empresarial entre Paço de Arcos e Porto Salvo.

Estação da futura rede municipal de bicicletas partilhas de Oeiras (fotografia LPP)

No segundo semestre de 2023, Oeiras vai ter uma rede municipal de bicicletas partilhadas ao longo da designada Ciclovia Empresarial, entre Paço de Arcos e Porto Salvo. O sistema será gerido pela Parques Tejo, a “EMEL de Oeiras”, e funcionará sob a marca Oeiras Move.

Concluída em 2021, a Ciclovia Empresarial liga a estação de comboios de Paço de Arcos ao Taguspark, passando pelo centro empresarial da Quinta da Fonte e pelo Lagoas Park, com um misto de percursos segregados e de outros partilhados com peões. O projecto da ciclovia foi elaborado já com a instalação futura de um sistema de bicicletas partilhadas ao longo deste eixo, tendo sido propostas nove estações: duas junto à estação de comboios, uma no Alto da Loba, duas na Estrada de Paço de Arcos, duas na Quinta da Fonte, uma junto ao hotel Holiday Inn e uma última estação perto da EB1+JI Porto Salvo.

Se as estações previstas se manterão nestas localizações não se sabe ainda, mas a Parques Tejo adiantou ao Lisboa Para Pessoas que na Ciclovia Empresarial serão colocadas cinco estações e 20 bicicletas ao longo da Ciclovia Empresarial, com outras seis estações e mais 30 bicicletas reservadas para a Ciclovia da Medrosa – que ainda está em construção e que vai ligar a estação de comboios de Oeiras à Praia da Torre, passando mesmo ao lado da Universidade NOVA, de Carcavelos –, e junto a outras praias do concelho. A Parques Tejo prevê ainda mais bicicletas para garantir o funcionamento das operações.

Informação da autarquia dá conta que o plano a longo prazo é ter 300 bicicletas e 30 estações localizadas de forma estratégica no concelho, abrangendo centros históricos, pólos empresariais, escolas, zonas comerciais, praias e interfaces de transporte.

Estação da futura rede municipal de bicicletas partilhas de Oeiras (fotografia LPP)

A instalação das estações começou na Ciclovia Empresarial, onde a Câmara de Oeiras e a Parques Tejo pretendem lançar a rede municipal, estando já instalada pelo menos uma estação no final do referido corredor ciclável, perto de uma zona habitacional em Porto Salvo, conforme o Lisboa Para Pessoas pôde constatar no local.

Solução luso-francesa da CME

O sistema partilhado de Oeiras será um projecto-piloto que vai ser coordenado pela empresa municipal Parques Tejo, que gere também o estacionamento no concelho. A marca Oeiras Move vai ser utilizada neste novo serviço; trata-se de uma marca que foi lançada no final de 2022 e que baptiza já os pontos de largada de trotinetas partilhadas dos três operadores privados que estão presentes no território: Bolt, Bird e Link.

Para este piloto, as bicicletas e docas serão fornecidas pela CME, que foi seleccionada no ano passado através de consulta prévia. O contrato, que inclui a cedência de toda a solução, dos equipamentos e veículos à infraestrutura tecnológica, situa-se nos 74,1 mil euros, a que acrescem mais 70 mil euros para o desenvolvimento dos “serviços de backoffice e API” que vão permitir que tudo funcione de forma integrada e sob a plataforma da Oeiras Move.

De acordo com informação disponível, a solução de bicicletas partilhadas da CME – empresa portuguesa que é mais conhecida pelas instalações técnicas de água, esgotos e telecomunicações que realiza na rua – resulta de uma colaboração com as empresas francesas B2eBike e OOWI. A solução que a CME oferece inclui o fornecimento e instalação de bicicletas eléctricas, estações com docas para o carregamento automático das baterias dessas bicicletas, bem como a gestão tecnológica do sistema, toda a operação logística (redistribuição das bicicletas pelas estações da rede, manutenção dos equipamentos, etc) e ainda trabalho de monitorização (dados em tempo real, relatórios de utilização, etc).

As bicicletas da solução da CME (imagem de CME/B2eBike/OOWI)

As bicicletas partilhadas do sistema da CME têm um aspecto citadino, roda 26”, motor eléctrico, selim ajustável à altura dos utilizadores, ecrã LCD para visualização de bateria de carga, velocidade, quilómetros percorridos e tempo de viagem, cesto frontal aberto e fixo ao quadro, descanso lateral, GPS integrado para permitir a localização em tempo real da bicicleta, comunicação por 4G, desbloqueio através de aplicação móvel, e autonomia de 50 km. Já as estações da CME são modulares, permitindo adicionar ou remover docas consoante a capacidade de estacionamento que se pretende oferecer num dado local e a utilização que se for verificando no sistema. A solução da CME permite a comunicação automática da ocupação e estado de carregamento das baterias das bicicletas, e garante a possibilidade de criação de docas virtuais em situações em que a estação esteja completa e o utilizador não consiga devolver a bicicleta, ou noutras situações. É ainda dada a possibilidade de desbloqueio remoto das bicicletas para situações de emergência, por exemplo.

Estação da futura rede municipal de bicicletas partilhas de Oeiras (fotografia LPP)

Regulamento em construção

Apesar de estas serem as características da solução da CME, não se sabe ainda como irá funcionar em concreto a rede municipal de Oeiras, uma vez que a solução adoptada no terreno poderá não reflectir todas as possibilidades da empresa fornecedora. Certo é que o sistema oeirense irá funcionar através da nova aplicação móvel Oeiras Move, que irá ser lançada para iOS e Android e que, além das bicicletas partilhadas, agregará outros serviços da Parques Tejo como o pagamento de estacionamento automóvel.

No contexto do lançamento da sua rede municipal de bicicletas partilhadas, a Câmara de Oeiras começou a elaborar o regulamento que irá definir as regras e conduções de uso desse sistema. Todos os interessados podem, desde o passado dia 5 de Abril, enviar os seus contributos para este “Regulamento da Rede de Velocípedes de Uso Partilhado do Município de Oeiras” através do envio de um e-mail para geral@oeiras.pt mencionando interesse nesse procedimento, o nome completo, o nº de CC e sua morada postal (ou morada da sede no caso de entidades colectivas como empresas, associações ou cooperativas).

Mais de 36 mil viagens em trotineta

Em Novembro de 2022, o concelho de Oeiras abriu-se aos serviços de mobilidade suave partilhada de empresas privadas, nomeadamente às trotinetas da Bolt, Bird e Link. Foram criados cerca de 200 pontos de partilha no município onde essas trotinetas podem ser pegadas ou largadas, prevendo-se a criação de mais pontos este ano.

No primeiro mês (de 9 de Novembro e 9 de Dezembro), foram registadas um total de 13 163 viagens iniciadas em Oeiras, agregando um total de 23 410 quilómetros percorridos, numa média de 1,8 km por viagem, com uma duração média de entre 5 e 10 minutos por deslocação. Já no primeiro trimestre de 2023 (entre 1 de Janeiro e 31 de Março, foram registadas 36 712 viagens iniciadas em Oeiras e 66 074 quilómetros percorridos. “Estes indicadores, conjugados com os padrões de mobilidade observados, permitem observar que os equipamentos são utilizados, sobretudo, para deslocações curtas em espaço urbano”, aponta a Parques Tejo.

A rede de bicicletas partilhadas do município de Oeiras irá coexistir com as ofertas privadas de outros operadores, numa lógica integrada e complementar.


Actualização às 17h20 de 20/04/2023: adicionada informação adicional da Parques Tejo.

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