A ideia de diferentes agregados familiares partilharem a responsabilidade de construir e gerir um espaço habitacional não é inédita. As cooperativas de habitação fizeram parte da história recente de Portugal pós-25 de Abril mas acabaram por cair em esquecimento. A crise do sector está a mobilizar uma nova geração, que prefere a propriedade colectiva à individual, e que procura uma maior ligação à vizinhança e, se possível, à Natureza. Fomos conhecer dois casos de cooperativas de habitação que estão a nascer na área metropolitana de Lisboa.
Compram terrenos, desenham as suas casas, constroem e gerem colectivamente. Por todo o país, há famílias e indivíduos a organizarem-se em cooperativas com o sonho de terem uma habitação acessível e ajustada às suas necessidades. E na área metropolitana de Lisboa, há já algumas destas colectividades a conseguir materializar os seus desejos.
“Há muitas pessoas que não podem encontrar habitações agora. O mercado está louco. Esta é uma solução”, afirma Sandra Rueda. É uma das fundadoras da Colmeia62, uma cooperativa que está a trabalhar para construir um loteamento residencial num terreno em Mafra, mais concretamente na aldeia do Zambujal, perto da Ericeira. Além do terreno, que compraram há quase dois anos, o grupo já tem um projecto de arquitectura feito e está agora na fase do licenciamento, junto da Câmara, um passo fundamental para dar início à construção.