Chama-se Loop Pool Tejo. É a proposta de dois ateliês de arquitectura para criar uma piscina pública no Tejo, em Lisboa. Os arquitectos dizem que o rio está desaproveitado enquanto zona balnear, e querem discutir esta ideia com a população.
E se Lisboa tivesse uma piscina no Tejo? O Loop Pool Tejo não é um projecto fechado e pronto a concretizar, mas antes uma ideia que um grupo de arquitectos gostaria de desenvolver em Lisboa e de discutir com a população. Através da recuperação de um antigo pontão em Braço de Prata, dois ateliês de arquitectura, o BAUM Atelier e o X Atelier, sugerem um passadiço sob a água que termina num anel circular, dentro do qual a população poderia mergulhar em água filtrada e oxigenada.
Numa nota partilhada com os jornalistas, os dois ateliês apontam que “Lisboa é uma cidade com uma cultura balnear inexistente” e que “as únicas duas alternativas são fora dos limites administrativos de Lisboa: Linha e Costa”. Para este grupo de arquitectos, o “grande corpo de água que é o rio Tejo” é, no âmbito balnear, “uma inexistência”. “As zonas ribeirinhas, como a área de Belém, Braço de Prata e Parque das Nações, oferecem espaços de lazer e esplanadas à beira-rio, mas não proporcionam qualquer tipo de programa balnear que tire partido do rio Tejo. Seria de esperar que uma cidade com o clima como de Lisboa teria uma forte cultura balnear, no entanto, a proximidade das praias da Linha e da Costa da Caparica, fizeram os lisboetas virarem as costas ao rio”, escrevem.
A ideia da Loop Pool Tejo é “devolver aos Lisboetas essa aproximação ao rio” e “proporcionar espaços balneares no estuário do Tejo”, mais concretamente em Braço de Prata. Aproveitando toda a revitalização urbana que está a acontecer naquela zona, os dois ateliês de arquitectura propõem uma piscina de carácter público que sirvam não só apenas os moradores daquele bairro como de toda a cidade. A piscina – que parte do tal pontão, transformado em passadiço –, assume o formato de um anel com diferentes espaços, permitindo que as pessoas possam estar sentadas ou deitadas ao sol.
Os arquitectos dizem que o “elemento escultórico” proposto “procura estabelecer uma analogia entre a forma pragmática e funcional do pontão que aqui existe com a fluidez inerente às águas do rio Tejo”. “O círculo, elemento central do projecto, engloba no seu interior uma piscina capaz de ser apropriada para fins lúdicos e desportivos. Este círculo é compreendido por um anel que funciona como elemento de circulação e de estadia”, descrevem os arquitectos. Toda a área foi pensada para oferecer “um ambiente seguro para famílias”, mas também “uma multiplicidade de utilizações”.
Por exemplo, “a Norte, este objecto eleva-se, criando uma bancada direcionada a poente, tendo a piscina como elemento central”. Já a Sul e “virado a poente, com a profundidade de todo o estuário do Tejo, ergue-se uma segunda bancada de costas para a agitação da piscina”, que não só pode ser uma zona de descanso, como um ponto de entrada no rio para actividades como o remo ou o stand up paddle. E o ponto mais alto desta bancada, com três metros de altura, pode também ser uma “zona de saltos para a piscina, promovendo também um ambiente jovem e divertido”.
No centro do anel, está a piscina, na qual é possível mergulhar em água do rio devidamente filtrada por uma rede subaquática e oxigenada por plantas colocadas em redor do espaço. Quem não quiser mergulhar nem estar ao sol, pode aproveitar o anel interior da piscina. Trata-se de “um segundo anel que avança por debaixo desta segunda bancada, criando uma zona de descanso com sombra”, o que, segundo os arquitectos, mostra que a Loop Pool Tejo atende “às necessidades de diferentes públicos”.
Como referido, o Loop Pool Tejo é apenas uma ideia. Uma ideia que o BAUM Atelier e o X Atelier querem discutir com a população e apresentar à Câmara de Lisboa. Para tal, criaram uma página no Instagram para esta ideia, @looppool_tejo. Nesse perfil, querem receber críticas, opiniões e contributos das pessoas, e também partilhar actualizações sobre esta iniciativa.
