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Querem “arrasar tudo para construir”. Populares denunciam abates irregulares de árvores em Colares

Alguns moradores de Colares, em Sintra, estão revoltados com a devastação de pinheiros nos últimos meses, à boleia de licenças duvidosas ou irregulares. Culpam o ICNF e as autoridades policiais, acusando-nas de não serem capazes de preservar o Parque Natural Sintra-Cascais, e montaram um sistema comunitário de vigilância da floresta através do WhatsApp.

Alguns moradores de Colares, em Sintra, estão revoltados com a devastação de pinheiros nos últimos meses, à boleia de licenças duvidosas ou irregulares. Culpam o ICNF e as autoridades policiais, acusando-nas de não serem capazes de preservar o Parque Natural Sintra-Cascais, e montaram um sistema comunitário de vigilância da floresta através do WhatsApp.

Em Colares, a população está preocupada com o abate de árvores através de licenças duvidosas ou irregulares (fotografia LPP)

Domingo, 17 de Novembro. Em Colares, Sintra, os cafés e esplanadas estão cheios de amigos e famílias – e de vários ciclistas que querem aproveitar a manhã para pedalar pelas paisagens alaranjadas do Parque Natural Sintra-Cascais. Uma pequena feira no largo central da aldeia também convida a sair de casa e a desfrutar de mais um dia ameno de Outono. Mas esse domingo não é sinónimo de lazer para todos. Num dos cafés de Colares, um grupo de vizinhos reúne-se para decidir próximos passos. Estão preocupados com a devastação florestal em curso na envolvente da aldeia, com recurso a licenças duvidosas ou irregulares. “Quando já não houver árvores, estamos aqui a fazer o quê?”, desabafa um morador – vamos chamar-lhe Manuel. “Isto passa a ser Odivelas. Não foi para isto que viemos morar para a floresta.”

“A reunião que estamos a fazer hoje é para eleger os corpos sociais e chegarmos a acordo sobre os estatutos”, explica Manuel, que preferiu não se identificar porque a causa que representa é colectiva. Nos últimos dias, ele e outros moradores de Colares, incluindo muitos estrangeiros, mobilizaram-se através de um grupo de WhatsApp – que entretanto conta com três centenas de pessoas – para contestar dois abates que não tinham licenças válidas, conforme confirmaram, mais tarde, as autoridades. Mas estas duas situações, que aconteceram na semana anterior àquele domingo, não são casos pontuais.

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