Várias Primaveras, alguns Outonos e um Verão depois, chegou a 10ª edição do festival que abre gratuitamente os portões dos jardins de Lisboa.

O festival Jardins Abertos está de volta para a sua 10ª edição. Dedicada ao Outono, decorre nos últimos dois fins-de-semana de Outubro – dias 22 e 23 e dias 29 e 30. Os jardins da cidade de Lisboa vão voltar a abrir-se à cidade, de forma gratuita. Por ser 10ª edição, o festival vai abrir 10 novos jardins, revisitar outros 10 com visitas guiadas por especialistas; e, pela primeira vez, além da contemplação da Natureza, o festival vai permitir a contemplação de Arte.
O festival Jardins Abertos nasceu em 2017 “da vontade de debater publicamente os temas da ecologia e da sustentabilidade através da abertura de jardins — uma estratégia aparentemente simples para a promoção do contacto com a natureza, debate dos temas da consciência ambiental e de modelos de vida mais respeitadores dos ecossistemas”, pode ler-se na nota de imprensa divulgada. Ao longo de nove edições foram “praticados diversos modelos de visitação aos jardins e foram desenvolvidas actividades em vários eixos, cruzando as artes e a cultura com a botânica e a sustentabilidade, promovendo o conhecimento no âmbito dessas temáticas”.
A programação desta 10ª edição vai abrir 10 novos jardins. Dois deles com visitas acompanhadas em dias específicos:
- a Horta comunitária do Alto da Eira, na Penha de França, que terá visitas acompanhadas a 22 e 29 de Outubro;
- a Raiz Farm, uma start-up de agricultura urbana com uma proposta de hortas verticais e que poderá ser visitada nos dias 22 e 29 na Arroz Estúdios.

De visita livre, em qualquer dia do festival, estarão:
- o claustro do Convento Santos-o-Novo;
- o jardim do Palácio do Grilo;
- o jardim do Palácio da Mitra;
- o jardim dos Barbadinhos;
- o jardim da Quinta de Santa Clara;
- o pátio do Hotel Valverde;
- o pátio do Hotel Hotel;
- o Espaço da Biodiversidade de Monsanto.
Já os 10 jardins repentes que terão, todavia, “visitas guiadas inéditas” com especialistas, são:
- a Estufa Fria (com Ivo Meco);
- o jardim do Palácio de São Bento (com Teresa Andresen);
- a Tapada das Necessidades (com João Albuquerque Carreiras);
- o jardim da Gulbenkian e o legado de Gonçalo Ribeiro Telles (com Aurora Carapinha);
- o Jardim Botânico da Ajuda (com Teresa Chambel);
- as hortas do Instituto Superior Técnico (com Silvia di Salvatore);
- a horta da Refood no Parque das Nações (com Maria Gonçalves e Indira Andrade);
- o jardim do Museu de Lisboa – Palácio Pimenta;
- o Parque Botânico Monteiro-Mor (com Rui Costa);
- o Permalab, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
A lista de jardins é foi “repensada de forma a integrar propostas cujo o tipo de cultivo ou filosofia associada promovem uma relação mais próxima com a jardinagem e o jardim contemporâneo”, lê-se no mesmo comunicado. “São assim apresentados jardins de investigação onde, através de diferentes metodologias, encontramos respostas para o futuro.”

Uma das novidades desta edição é a apresentação de 10 “objectos artísticos” nos jardins ao longo do festival. Foram desafiados “artistas multidisciplinares a interagir em espaços verdes de referência, para ampliar o diálogo das artes com lugares únicos, ao mesmo tempo que estimulamos o envolvimento e a aproximação das comunidades a novas formas de expressão capazes de aumentar o questionamento a respeito do estado do mundo”. Também haverá dança, performances, leitura de contos e outros espectáculos.
“Este é o ano em que clarificamos de forma mais eficaz a nossa identidade. Somos um movimento verde. Queremos cidades mais verdes e cabeças semeadas”, refere a organização do festival Jardins Abertos. “A 10ª edição será marcada pelo grito de urgência à escala global e pela consolidação dos objectivos iniciais do projeto, na apresentação eficaz de propostas que apresentam soluções práticas e promovem a mudança de mentalidades.”