Amadora gostava de ter bicicletas GIRA

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O novo Presidente da Cรขmara da Amadora, Vรญtor Ferreira, gostava de ter a rede de bicicletas GIRA no concelho e destaca, numa entrevista, a necessidade de integraรงรฃo entre os municรญpios para melhorar a mobilidade urbana. A cidade vai apostar em ciclovias intermunicipais com Lisboa, Odivelas e Sintra.

Estaรงรฃo GIRA na Pontinha, prรณxima de Alfornelos (fotografia LPP)

Expandir a rede de bicicletas GIRA para o concelho da Amadora รฉ um “grande objectivo” do novo Presidente da Cรขmara da Amadora, Vรญtor Ferreira. Em entrevista ร  revista Time Out Lisboa, o novo autarca, que ficou nos comandos da cidade com a saรญda de Carla Tavares para o Parlamento Europeu, disse que “nรฃo faz sentido que uma pessoa que chega ร s Portas de Benfica tenha de trocar de bicicleta porque estรก a mudar de concelho”.

Para Vรญtor Ferreira (PS), trazer a GIRA para a Amadora “era o nosso grande objectivo”. Na perspectiva do autarca, “nรฃo faz sentido que uma pessoa que chega ร s Portas de Benfica tenha de trocar de bicicleta porque estรก a mudar de concelho, ou seja, deixar para trรกs uma Amadora Bike [nome fictรญcio], porque ela nรฃo entra na cidade de Lisboa ou deixar ร s portas do nosso territรณrio uma GIRA, que pertence ร  EMEL. Isso รฉ penoso para o sistema de mobilidade.

A GIRA foi lanรงada entre 2017 e 2018 na capital, e tornou-se o mais bem sucedido sistema de bicicletas partilhadas a nรญvel nacional. ร‰ gerido pela EMEL, a empresa municipal de mobilidade de Lisboa. Quando o PS tinha a presidรชncia de Cรขmara de Lisboa, chegou a falar-se de levar a GIRA para a Amadora, cuja Cรขmara era tambรฉm socialista (e continua a sรช-lo), mas tal nunca passou de uma intenรงรฃo oral.

Vรญtor Ferreira explica que “a EMEL รฉ uma empresa pรบblica, com capitais de Lisboa” e que, “quanto ao seu รขmbito e estatuto, nรฃo pode desenvolver trabalho para lรก da cidade de Lisboa”. “Isso estava a ser revisto, no sentido de ampliar a รกrea de intervenรงรฃo, atรฉ porque รฉ uma coisa que tambรฉm acontece na ligaรงรฃo a Oeiras. Isto tem de ser visto com a รrea Metropolitana de Lisboa e em conjunto com os vรกrios operadores. Na Carris Metropolitana, por exemplo, hรก quatro concursos com quatro operadores distintos. Se calhar, o caminho pode ser por aรญ”, acrescentou o autarca.

A operaรงรฃo da Carris Metropolitana รฉ gerida pela Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML), uma empresa metropolitana que รฉ financiada pelos 18 municรญpios, mas os autocarros sรฃo conduzidos no terreno por quatro empresas distintas: a Rodoviรกria de Lisboa, a Viaรงรฃo Alvorada, a TST e a Alsa Todi. Estas quatro empresas ganharam a concessรฃo das quatro รกreas distintas de operaรงรฃo da Carris Metropolitana: a รrea 1, que inclui os municรญpios da Amadora, Oeiras, Sintra e Cascais; a รrea 2, que inclui Mafra, Vila Franca de Xira, Odivelas e Loures; a รrea 3, que integra Almada, Seixal e Sesimbra; e a รrea 4, que inclui Alcochete, Moita, Montijo, Palmela, Setรบbal e Barreiro.

Estaรงรฃo GIRA na Pontinha, prรณxima de Alfornelos (fotografia LPP)

Uma operaรงรฃo metropolitana da GIRA poderia ter uma inspiraรงรฃo semelhante ร  da Carris Metropolitana: em cada zona, haver uma empresa distinta a operar (em Lisboa, poderia ser a EMEL), mas existir uma interligaรงรฃo entre os sistemas disponรญveis em cada cidade. Actualmente, existem quatro redes de bicicletas partilhadas distintas na รกrea metropolitana: a GIRA, a Oeiras Move, a MobiCascais e as bicicletas partilhadas de Alcochete; estes dois sistemas tรชm uma dimensรฃo mais pequena. A GIRA sรณ vai atรฉ Algรฉs, e aรญ os utilizadores tรชm de trocar para uma bicicleta da Oeiras Move, atรฉ porque os termos e condiรงรตes de ambos os serviรงos nรฃo permitem a utilizaรงรฃo fora dos limites do respectivo concelho (apesar de nada acontecer se o fizerem, isto รฉ, o motor elรฉctrico nรฃo desliga, por exemplo).

Voltando ร  Amadora. O Municรญpio vai apostar nas ligaรงรตes ciclรกveis a concelhos limรญtrofes. “Nรณs temos trรชs eixos de ligaรงรฃo: Odivelas, Sintra e Lisboa. Neste รบltimo, temos jรก 3,3 quilรณmetros de ciclovia, junto ร  Quinta do Estado, e a ideia era fazer uma perpendicular que ligaria ao concelho de Lisboa, atravรฉs das Portas de Benfica, atรฉ ao Colombo”, disse Vรญtor Ferreira. “Temos trรชs projectos de execuรงรฃo feitos, mas ainda nรฃo lanรงรกmos a empreitada: a ligaรงรฃo a Odivelas, desde a zona da Quinta do Estado atรฉ Alfornelos; uma ciclovia que liga a zona da Conde Castro Guimarรฃes a Queluz, pelo Lido; e temos a tal ligaรงรฃo a Lisboa, que รฉ a extensรฃo da ciclovia da Elias Garcia ร  Estrada de Benfica, num troรงo de 800 metros, que serรก o primeiro a ser executado do ponto de vista de obra”, explicou, acrescentando que “estamos em fase de lanรงamento de projecto para a ligaรงรฃo a Oeiras, pela Serra de Carnaxide”.

Para o autarca da Amadora, a ligaรงรฃo a outros concelhos รฉ prioritรกria relativamente ร s ciclovias dentro do municรญpio “porque as que tรชm condiรงรตes para existir dentro do territรณrio estรฃo feitas. No nosso concelho, temos investido em pistas pedonais, que รฉ o que achamos que faz mais sentido”.

A Cรขmara de Odivelas estรก tambรฉm a trabalhar em ciclovias intermunicipais, nomeadamente na ligaรงรฃo entre Lisboa e a vizinha Amadora. De acordo com a autarquia, o “projecto de execuรงรฃo da ligaรงรฃo ciclรกvel desde a estaรงรฃo do Metro da Pontinha atรฉ ร  Amadora, atravรฉs da Avenida 25 de Abril, na Pontinha, apresenta-se concluรญdo, encontrando-se em condiรงรฃo para o lanรงamento do concurso para a sua execuรงรฃo em obra”. Esta ciclovia em Odivelas vai ligar ร  infraestrutura ciclรกvel que jรก existe em Lisboa, e ร  ciclovia que a Amadora vai fazer desde a zona da Quinta do Estado atรฉ Alfornelos.

Podes ler a entrevista na รญntegra completa aqui.

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