Já se passeia novamente no Ginjal

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O Cais do Ginjal, em Almada, reabriu ao público no final de Julho, após quatro meses interdito devido ao risco de derrocadas e buracos no pavimento. Os edifícios foram demolidos e o espaço voltou a estar acessível a locais e turistas.

O Cais do Ginjal, em Almada, reabriu ao público, no final de Julho. Demolidos os edifícios devolutos nas imediações, a área voltou a estar acessível aos muitos locais e turistas que a procuram, agora sem buracos e com segurança redobrada.

A circulação pedonal no Cais do Ginjal esteve interdita durante quatro meses. A 3 de Abril a Câmara de Almada decretou “situação de alerta”, nos termos da Lei de Bases da Protecção Civil, não só por haver buracos no pavimento que poderiam provocar quedas de pessoas ao rio, como também perigo de derrocada dos edifícios, muitos deles devolutos. As pessoas que vivam nesses imóveis foram retiradas para uma solução temporária numa escola, e as demolições do edificado avançaram a 5 de Maio pelo grupo imobiliário AFA, proprietário do mesmo.

A maior parte dos edifícios do Ginjal desapareceu. Agora, do Cais, é possível ver a arriba alta. Foram instaladas grades verdes, apoiadas no que resta de algumas fachadas ainda decoradas por graffitis e arte urbana, que impedem a aproximação. Foram ainda instalados alguns painéis informativos sobre a história do Cais do Ginjal ao longo do percurso. O troço que tinha o buraco mais crítico foi reparado e tem agora um passadiço de madeira.

Segundo Inês de Medeiros, Presidente da Câmara de Almada, “a reabertura representa mais do que obras, é a recuperação de um espaço que ganha agora uma nova vida e que conta com iluminação pública, para quem ali se descola durante a noite”. Segundo a autarca, “durante gerações, este passeio ribeirinho foi um lugar de memórias, caminhadas e encontros com o Tejo. Após ter estado interditado devido à degradação e aos riscos de derrocada, a zona foi requalificada e voltou a encher-se de vida”.

O Cais do Ginjal tem um Plano de Pormenor aprovado desde 2020, que permite que o grupo APA – que, recorde-se, é dona dos terrenos – invista 300 milhões de euros na recuperação de uma área com cerca de 90 mil metros quadrados, com a de 300 casas, um hotel com 160 quartos, comércio, serviços, equipamentos sociais e 500 lugares de estacionamento. Segundo Inês de Medeiros, o processo “está pendente” devido a um impasse jurídico com a Agência Portuguesa do Ambiente quanto ao domínio público hídrico “mas já com possibilidade de se resolver à vista”, explicou a autarca na sua página de Facebook.

Quanto às pessoas que habitavam em situações precárias o Ginjal, as mesmas “já se encontram autonomizadas”, disse a autarquia almadense ao jornal Público. “A Câmara de Almada não apoia, nesta altura, mais nenhuma família, pois todos os casos foram devidamente encaminhados para os seus projectos de vida”, referiu em declarações ao mesmo jornal.

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