Jornal LPP #4 – Jul 2025

O ritmo da cidade é acelerado. E o ritmo das nossas vidas ou com que mudamos aquilo a que damos atenção também. Num dia estamos de olhos postos no Benformoso, no seguinte a falar de jacarandás. Parece que os assuntos são curtos e fugazes. Neste dia-a-dia tão frenético, é preciso encontrar o espaço de um jornal impresso três vezes ao ano.

Terminar este Jornal LPP #4 foi difícil. Tínhamos previsto ter esta edição em Janeiro, depois em Fevereiro, Março… Estamos em Julho. Ao longo destes meses, fomos obrigados a mudar de planos: tive-mos de repensar e reprogramar, de encontrar novas histórias e, acima de tudo, de ser ágeis. No meio deste exercício, ficou claro que, mesmo que a atenção das pessoas mude de tema e de lugar, há problemas mais persistentes do que ciclo noticioso actual, e há debates que precisam de tempo. E que o papel do jornal é precisamente contrariar a fugacidade imposta pelas notícias de redes sociais. Resistir não só à ligeireza da actualidade, como à volatilidade dos tempos, cada vez mais movidos por conteúdo rápido. 

Nesta edição, que se apresenta num formato mais conveniente, percorremos o Martim Moniz e o Benformoso: que vida têm aquela Praça e aquela Rua de Lisboa? Que histórias ficaram por contar? Saltamos a margem e, na Costa da Caparica, conversamos com o novo dono do Transpraia e os planos que tem para o comboiozinho, assim chamado pela população. De regresso a Lisboa, fazemos uma pausa no Velho Eurico, que se tornou um ponto de referência para locais e turistas. E de barriga cheia, volta-mos aos desafios mais prementes.

Antecipando as eleições autárquicas, distanciamo-nos das discussões passageiras e focamo-nos em dois dos grandes desafios da área metropolitana de Lisboa: a mobilidade e a habitação. Com a ajuda de dois especialistas, apontamos algumas pistas e caminhos para enriquecer o debate público.

A caminho das últimas páginas, publicamos uma entrevista a Nuno Prates, jardineiro que foi uma das vozes pelos jacarandás da 5 de Outubro. Mas vamos para além desta espécie de árvore: apresentamos o Nuno que cria jardins e canteiros em Lisboa como actos de cidadania e de luta por uma cidade mais verde e cuidada. A fechar, e por ser mês de férias, falamos de “escolas vivas”, isto é, de como as escolas podem ser espaços dinâmicos e abertos à cidade.