Numa petição online, propõe-se uma nova localização para o estaleiro de obra do Metro de Campo de Ourique e, no futuro, um “superquarteirão” que retire tráfego de atravessamento do Jardim da Parada, aumentando o conforto.

Um novo grupo de cidadãos, independentemente do movimento Salvar O Jardim da Parada, considera a futura estação de Metro de Campo de Ourique “fundamental para a melhoria da mobilidade do bairro e para a redução da dependência do automóvel”, mas tem uma ideia para preservar o Jardim da Parada: mover o estaleiro da obra para fora do jardim, colocando-o na estrada, e aproveitar a obra para melhorar.
O colectivo entende ser importante “preservar o Jardim da Parada pelo seu valor patrimonial, ambiental e social” e quer “transformar a obra e a futura estação do Metro numa oportunidade para a melhoria da qualidade de vida no bairro”. Por isso, lançou uma petição com o intuito de apresentar à comunidade várias ideias construtivas de melhoria, entre elas, a criação de um superquarteirão – uma ideia inspirada no desenho urbano em quadrilha de Barcelona. Os peticionários pedem que “os troços de rua que convergem no Jardim da Parada sejam transformados em zonas de coexistência, uma vez que se tornarão de acesso local, em consequência da supressão do tráfego em torno do jardim”. Dessa forma, seria possível criar um superquarteirão, “constituído pelo jardim e pelos oito quarteirões envolventes”.

Outras das principais ideias defendidas é a deslocalização do estaleiro da obra para fora do Jardim da Parada, “tido como coração do bairro e seu único espaço verde”. Propõe-se, nesse sentido, “que se elimine a circulação rodoviária em torno do Jardim da Parada (excepto acesso a garagem), para que todo o estaleiro ocorra em espaço rodoviário – nos troços de rua que convergem no jardim ou naqueles que o delimitam”.
Podes ler todas as propostas de seguida:

Propostas da petição “Metro no Jardim da Parada: Minimizar Impacto + Potenciar Oportunidades”
- Estaleiro fora do jardim: Que se elimine a circulação rodoviária em torno do Jardim da Parada (excepto acesso a garagem), para que todo o estaleiro ocorra em espaço rodoviário – nos troços de rua que convergem no jardim ou naqueles que o delimitam.
- Reduzir abate de árvores: Que o poço de ataque coincida com a localização das actuais instalações sanitárias para evitar o abate de árvores, implicando a deslocação de estação prevista 6/7m para Poente.
- Mais espaço público durante a obra: Que os troços de rua em torno do jardim que não vierem a ser ocupados com estaleiro sejam utilizados para alargamento do espaço público, compensando-se o distúrbio que a obra irá causar.
- Ampliação do Jardim da Parada: Que, finda a obra, a supressão da circulação rodoviária em torno do jardim se torne definitiva, passando este a ocupar todo o espaço de fachada a fachada, o que representa um alargamento 5450m2 para 9700m2.
- Criação de um ‘superquarteirão’: Que os troços de rua que convergem no Jardim da Parada sejam transformados em zonas de coexistência, uma vez que se tornarão de acesso local, em consequência da supressão do tráfego em torno do jardim. Cria-se, assim, um ‘superquarteirão’, constituído pelo jardim e pelos 8 quarteirões envolventes.
- Espaços públicos alternativos: Que antes do início das obras a zona envolvente à igreja de Sto. Condestável e a Praça Afonso do Paço sejam transformadas em espaços públicos de lazer, com parque infantil em sombra.
- Estacionamento alternativo: Que os silos de estacionamento previstos para o Pátio das Sedas (cerca de 600 lugares) e Travessa Bahuto (cerca de 80 lugares) sejam inaugurados antes do início da obra.
- Cruzamentos sobrelevados e arborizados: Que no âmbito das melhorias a financiar pelo Metro, seja considerada a sobreelevação integral de alguns cruzamentos do bairro e a implementação de passeios contínuos, de modo a acalmar o tráfego e dar prioridade ao peão, potenciando microcentralidades.
- Requalificação da R. Prof. Gomes Teixeira: Que o impasse da Rua Prof. Gomes Teixeira (onde existirá o segundo poço de ventilação), seja transformado em espaço público / de prioridade ao peão quando terminar a obra.
- Controlo do ruído: Que se garanta que o sistema de minimização do ruído em fase de exploração seja o mais eficiente possível, independentemente do custo associado.
- Torre de ventilação: Que a futura torre de ventilação seja alvo de projecto cuidado, cabendo a escolha do projecto à JF, após consulta à população.
- Diálogo aberto: Que exista um canal de comunicação formal que permita aos moradores informar-se, participar e alertar para eventuais situações não conformes.

Ideias bem acolhidas pela Junta de Freguesia
O trabalho que agora é tornado público na forma de petição já tinha sido, em Julho passado, partilhado com a Junta de Freguesia de Campo de Ourique, que, numa reunião em Agosto, se mostrou “genericamente favorável” às diferentes ideias. “Entregámos no início de Agosto a nossa proposta à Junta de Freguesia e tivemos reunião no dia 22 de Agosto, tendo a posição da Junta sido genericamente favorável. A Junta encaminhou o documento para a Câmara e para o Metro, desconhecendo-se a reacção por parte destas entidades”, explica-nos uma das peticionárias, Rita Castel’ Branco, arquitecta especialista em urbanismo e mobilidade.
A petição tem como primeiros peticionários os seguintes cidadãos: Ana Cordovil, António Quintão, Ariana Simões de Almeida, Filipa Pinto da Silva, Filipe Alfaiate, Helena Skapinakis, Inês Costa Pereira, Jorge Farelo, Jorge Wemans, Leonor Serzedelo, Manuel Queiroz, Maria do Rosário Rodrigues, Maria Tavares de Almeida, Miguel Brito e Abreu, Rita Castel’ Branco, Rui Loureiro, Sofia Rodrigues, Teresa Júdice da Costa.
A petição pode agora ser assinada por qualquer pessoa neste endereço. Lançada nesta quinta-feira, conta à data deste artigo com cerca de 100 assinaturas. (Nota: após assinares a petição no site, terás de ir ao e-mail confirmar essa assinatura.)