A Avenida Almirante Gago Coutinho vai ter, no final deste ano, uma nova passagem superior para peões e ciclistas, localizada junto à Rotunda do Relógio. Esta estrutura, prevista desde 2021, conectará os espaços verdes em redor e será embelezada com a plantação de árvores, trepadeiras e arbustos.

A EMEL deu início à construção da prometida ponte ciclopedonal sobre a Avenida Almirante Gago Coutinho, junto à Rotunda do Relógio. A nova ponte, cuja construção está adjudicada desde 2021 e que arranca, por isso, com três anos de atraso, substituirá uma antiga estrutura existente no local e promoverá uma ligação nivelada entre as ciclovias da Avenida do Brasil, em Alvalade, e da Bela Vista, que permite aceder às freguesias de Marvila e dos Olivais.
Com esta nova ponte, será possível também estabelecer uma continuidade na estrutura verde da cidade, nomeadamente entre três corredores verdes – o Central, o dos Olivais e o Oriental –, e também uma ligação ciclopedonal directa entre Parque José Gomes Ferreira (Mata de Alvalade), o Parque da Vinha e o Parque da Bela Vista.


A ponte será mais que um percurso ciclopedonal. Será uma passagem superior naturalizada, com 104,80 metros de extensão, que incorporará uma faixa verde com árvores e arbustos. Este tratamento vegetal permitirá que a ponte seja um prolongamento das áreas verdes adjacentes, ao mesmo tempo que completa a rede de percursos pedonais e cicláveis, promovendo a ligação entre o eixo central da cidade (Alvalade e o Campo Grande) com a zona oriental de Lisboa, mais concretamente Marvila, Olivais e também Parque das Nações.

De acordo com a memória descritiva do projecto, que podes consultar no final do artigo, a nova passagem superior sob a Avenida Almirante Gago Coutinho terá árvores de pequeno-médio porte, trepadeiras e arbustos, permitindo o “prolongamento das áreas verdes adjacentes”. “É uma opção tipológica que tem sido adoptada para dar continuidade a percursos e corredores verdes integrados em redes urbanas, em situações em que existem obstáculos à mobilidade, dificilmente transponíveis numa utilização pedonal ou em outros modos suaves de deslocação”, lê-se no documento. Para que a plantação na ponte seja viável, prevê-se que exista um fosso de cerca de dois metros de terra vegetal. Nesta estrutura superior, a área verde promoverá uma separação entre circuitos pedonal e ciclável, sendo que cada um deles deverá ter uma largura mínima de 2,20 metros.

Este investimento terá um valor aproximado de 2,5 milhões de euros e o tempo de duração da obra encontra-se estimado em 12 meses, prevendo-se a sua conclusão até ao final deste ano. O arranque da empreitada implicou o encerramento do troço de ciclovia que liga a Avenida do Brasil à Bela Vista. Como alternativa, sugere-se a ciclovia da Avenida Marechal Gomes da Costa ou ainda a ciclovia da Avenida Cidade do Porto, dependendo do destino.






A obra prevê uma intervenção na rede ciclável já existente com a sua repintura para tons de verde. Já no lado da Bela Vista/Parque da Vinha, ao longo da ciclovia será criada uma zona pedonal, mas apenas nos primeiros metros (prevê-se o prolongamento deste caminho até à Rua Pardal Monteiro numa futura empreitada). Ainda neste lado, serão criados novos caminhos pedonais entre a ponte e a parte baixa (avenida/rotunda).

No âmbito do projecto BICI, financiado pela Bloomberg, a Câmara de Lisboa está a trabalhar numa reformulação da rede ciclável na Rotunda do Relógio, permitindo resolver as descontinuidades existentes entre as diferentes ciclovias (Avenida do Brasil, Avenida Cidade do Porto e Avenida Marechal Gomes da Costa). Entretanto, na gaveta da autarquia, está o projecto de rede ciclável ao longo de toda a Avenida Almirante Gago Coutinho, onde estão previstas duas faixas unidireccionais entre o Aeroporto e o Areeiro ao nível do passeio.