Uma história de desinformação nas redes sociais

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Fotografia cortesia de Artur Lourenço

Nem tudo o que parece é.

Esta semana, um carro mal estacionado parou o trânsito na Almirante de Reis. O eléctrico não conseguia passar e bloqueou todos os que seguiam atrás de si. O trânsito acabou por ser desviado pela ciclovia com a intervenção da PSP, enquanto que a Polícia Municipal retirava o veículo problemático.

Nas redes sociais, uma série de vídeos inflamatórios, filmados de um ângulo específico em que não se via o verdadeiro culpado, espalharam o boato de que o eléctrico tinha avariado e atiçaram culpas furiosas à ciclovia. Os vídeos – que, reforço, nunca mostravam o quadro completo – tiveram milhares de visualizações no Facebook, propagaram, assim, uma história falsa e reuniram, uma vez mais, uma série de comentários de ódio contra ciclistas. A desinformação venceu a informação.

A ciclovia da Almirante de Reis tem sido polémica. Partidos dizem que a Câmara fez o projecto à revelia e que os moradores e comerciantes da zona não foram ouvidos. É falso. O projecto foi há uns anos vencedor do Orçamento Participativo, um processo aberto a toda a população, e foi apresentado duas vezes publicamente – uma em Janeiro, outra em Junho.

Mas, mais importante que isso, esta ciclovia concretiza uma ligação segura, directa e necessária entre a zona alta do Saldanha e Areeiro e a baixa. Aquela artéria era já uma das mais usadas por ciclistas dada a sua baixa inclinação; de acordo com um estudo, a sua utilização cresceu entre 2016 e 2018, mas não tanto quanto a da Avenida da República, onde durante esse período foi construída uma ciclovia segregada.

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