Neste domingo, 12 de Julho, a Avenida da Igreja, um dos principais pontos de comércio da freguesia de Alvalade, esteve encerrada ao trânsito no troço compreendido entre a Rua Marquesa de Alorna e a Rua José Duro. Durante algumas horas as pessoas puderem ocupar o espaço que geralmente pertence ao automóvel, a pé ou de bicicleta.
O troço entre a Rua Marquesa de Alorna e a Rua José Duro, que esteve neste domingo encerrado ao trânsito, era precisamente aquele que a Câmara Municipal queria intervencionar em 2015, no âmbito do programa Une place dans chaque quartier. Só que a contestação dos moradores e comerciantes levou a que o projecto fosse colocado na gaveta.
Conforme conta o jornal O Corvo, já extinto, a autarquia pretendia encerrar a zona da avenida entre as ruas supra referidas ao trânsito geral, permitindo apenas o atravessamento por parte dos transportes públicos, bem como o acesso a cargas e descargas. Os restantes veículos seriam desviados para as perpendiculares e duas paralelas, a Rua Luís Augusto Palmeirim, onde existe a escola básica Eugénio dos Santos, e a Rua Maria Amália Vaz de Carvalho, onde funciona a escola secundária Rainha Dona Leonor. O troço que ficaria praticamente sem trânsito veria a área pedonal aumentar. No resto da avenida, a Câmara pretendia reduzir as quatro vias a duas, colocando em espinha o estacionamento automóvel existente na horizontal.
A Avenida da Igreja perdeu, ao longo dos últimos anos, espaço pedonal. Apesar de os passeios continuarem a ser largos, eles tinham mais dois metros nos anos 1960, como recorda uma morada ao jornal O Corvo. Estudos e alterações realizadas noutras cidades comprovam que o aumento do espaço pedonal (e ciclável) beneficia amplamente o comércio local.
Em Lisboa, a Avenida da Igreja viu o seu espaço pedonal crescer por um dia. A iniciativa, integrada no programa A Rua É Sua, decorreu, todavia, a um domingo, quando uma grande parte do comércio de Alvalade está encerrado. Não terá atraído pessoas suficientes e, por isso, prevê-se que não volte a realizar-se.
