As prometidas novas bicicletas GIRA chegaram finalmente às ruas. Fazem parte do lote de 730 novas bicicletas entregues à EMEL pelo consórcio que junta a operadora MEO e tecnológica Soltráfego, na sequência de um concurso público concluído no final de 2020. Até ao final desta semana, deverá estar uma centena das novas bicicletas em circulação. Fabricadas em Águeda, são idênticas às anteriores mas têm algumas diferenças e trazem algumas novidades interessantes. O Lisboa Para Pessoas foi explorar as novas GIRA.
Se não fossem os autocolantes e o quadro com um formato mais rectangular, nem daríamos pela diferença das novas bicicletas em relação às antigas. Num olhar mais atento conseguimos atentar nas duas principais diferenças: um cadeado na roda traseira a pensar nas paragens rápidas (e que não funciona ainda, só quando chegar a nova app da GIRA); e um suporte para prender uma cadeirinha de criança (que, num futuro próximo, poderá ser adquirida junto da EMEL). O cesto frontal está de volta, mais robusto e com a mesma capacidade para um peso máximo de 6 kg; a campainha é agora dourada.
Quanto à componente eléctrica, esta está agora limitada a três níveis de assistência eléctrica, em vez dos habituais cinco. As bicicletas mais antigas têm estado a ser actualizadas para também passarem a ter apenas três modos, conforme o Lisboa Para Pessoas confirmou junto da EMEL e também já teve oportunidade de experienciar. A EMEL, que desde Maio do ano passado gere o serviço GIRA sozinha, justifica a alteração como uma questão “de ordem técnica, de performance e de durabilidade”. Certo é que agora, pedalando com a ajuda do motor num terreno plano, uma bicicleta GIRA circula entre os 20 e 21 km/h, passando dificilmente os 22 km/h – valores longe do limite legal de 25 km/h para a assistência eléctrica.
Nestas novas GIRA há outro detalhe importante: existe um nível 0, que permite usar a bicicleta sem qualquer assistência eléctrica, o que é um bom acrescento para aqueles momentos em que, por exemplo, queremos levar a bicicleta pela mão sem o motor a atrapalhar.
De acordo com dados públicos, obtidos por via da API da EMEL pelo site comunitário Ciclovias.pt, a rede GIRA tem em circulação cerca de 500 bicicletas e estão activas 84 estações, com uma ocupação média de 34%. A EMEL terá cerca de 300 bicicletas em reparação e contará com um universo total de 600 bicicletas. As novas 730 bicicletas deverão reforçar a rede nos próximos meses; este ano está prevista a aquisição de mais 1700-2000 bicicletas, a instalação de 80 novas estações (numa primeira fase serão apenas 30) e a abertura das estações que nunca chegaram a abrir na frente ribeirinha e cidade universitária.
O Lisboa Para Pessoas contactou a EMEL sobre a disponibilidade da nova versão da app GIRA, bem como sobre o processo de aquisição da cadeirinha de criança, mas até ao momento não recebeu qualquer informação. Actualizaremos este artigo se assim se justificar.
