
A Doca da Marinha abriu ao público este fim-de-semana. Um novo espaço público, pedonal, à beira do rio Tejo para poder ser aproveitado por quem quiser. O passeio dá continuidade à Ribeira das Naus e ao Terreiro do Paço, tem vista para o renovado Campo das Cebolas e segue até perto da estação de Santa Apolónia pelo requalificado espaço público criado em torno do Terminal dos Cruzeiros. Há, assim, toda uma nova frente ribeirinha para ser usufruída.
Ainda sem sombra porque as árvores vão precisar de tempo para crescer, o espaço que antes não tinha utilidade pública foi requalificado com várias zonas de estadia. Um conjunto de bancos em formato de espreguiçadeira permite usufruir do rio, enquanto que várias caixas cinzentas escuras, com apontamentos coloridos, destinam-se a cafés e esplanadas. Três dessas esplanadas estão concessionadas à empresa BananaCafé, segundo o Público.

A Doca da Marina, usada anteriormente só pela Armada, vai ser uma doca fluvial recreativa, onde uma série de embarcações tradicionais, bem como o icónico navio Creoula, vão puder abarcar para levar os visitantes a conhecer o rio Tejo e a cidade de uma outra perspectiva.
A renovação da Doca da Marinha esteve a cargo do arquitecto Carrilho da Graça, que também projectou o Terminal de Cruzeiros e o Campo das Cebolas ali ao lado. O projecto foi desenvolvido em conjunto com a requalificação da antiga Estação Sul e Sueste e sua envolvente.
No total, toda a obra custou 30 milhões de euros e foi financiada pela taxa turística, o que mostra “o papel positivo que a mesma pode ter no desenvolvimento da cidade”, conforme escreveu no LinkedIn Miguel Gaspar, vereador com a pasta da Economia e Inovação; foi também usado outro dinheiro angariado pela Associação Turismo de Lisboa (ATL).
A recuperação da antiga Estação Sul e Sueste permite acolher neste espaço toda a actividade marítimo-turística e respectivos operadores. Localizada mesmo ao lado de transporte público fluvial do Terreiro do Paço, a nova Estação Sul e Sueste, cujo edifício está aberto ao público em geral, resulta de um projecto da autoria da arquitecta Ana Costa. Já o espaço público em seu redor foi da autoria de Bruno Soares, autor da reabilitação da Praça do Comércio.
Na Estação Sul e Sueste, foi instalado o Centro Tejo, um novo espaço expositivo sobre a relação entre a cidade e o rio. Haverá ainda um restaurante, para abrir até ao final do ano, e uma cafetaria com uma ampla esplanada. No exterior, além da recuperação do Muro das Namoradeiras, foi criada uma nova zona de estar e de usufruto da paisagem fluvial da cidade.
Toda a obra aproxima o rio da cidade, potencia o valor turístico de Lisboa mas serve também quem diariamente utiliza o transporte público fluvial entre as duas margens do rio, pois passa a beneficiar de um espaço público de melhor qualidade. A faltar fica apenas a renovação da Avenida Infante Dom Henrique, onde está prevista a criação de um corredor central arborizado, semelhante ao que foi instalado na Avenida 24 de Julho, no Cais do Sodré.