Governo conta duplicar incentivos à aquisição de bicicletas eléctricas em 2022

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Os 2,15 milhões de euros previstos permitirão apoiar a compra de cinco mil bicicletas eléctricas, comparticipando 50% do valor dos veículos até um máximo de 350 euros, como já tem vindo a acontecer desde 2019.

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Desde 2019 que o Estado tem vindo a comparticipar a aquisição de bicicletas, sobretudo eléctricas, através do seu Fundo Ambiental, mas no próximo ano o orçamento disponível para este tipo de veículos deverá ser o maior de sempre: 2,15 milhões de euros, um valor semelhante ao total investido nestes três anos e o dobro do que foi inicialmente previsto para este ano (1,1 milhões de euros, contando já com o anunciado reforço de 450 mil euros).

A informação foi avançada pelo jornal Público no último domingo, pela voz do Secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro. Os 2,15 milhões de euros permitirão apoiar a compra de cinco mil bicicletas eléctricas, comparticipando 50% do valor dos veículos até um máximo de 350 euros, como já tem vindo a acontecer desde 2019.

O Público escreve que, “para conseguir cumprir a Estratégia Nacional para a Mobilidade Activa Ciclável (ENMAC), Portugal vai ter de acelerar a construção de uma rede mais densa de vias cicláveis, tocando pontos importantes de origem destino nas principais zonas urbanas e tomar medidas de acalmia do tráfego automóvel para tornar as ruas mais seguras”. O Governo estima reservar 300 milhões de euros do próximo quadro de financiamento europeu ao alargamento das redes de ciclovias. Já o Plano de Recuperação e Resiliência português, vulgo “bazuca europeia”, não prevê verbas para a mobilidade ciclável.

Actualmente, a bicicleta tem uma quota modal de 0,5% a nível nacional, na Área Metropolitana de Lisboa é de 0,2%, em Murtosa (Aveiro) de 16,9%, em Dublin de 7% e em Copenhaga de 41%, de acordo com dados recolhidos pelo Público. Para 2030, Portugal quer que a bicicleta represente 7,5% das viagens e que existam no país 10 mil quilómetros de ciclovias (em 2018, o país tinha 2 mil quilómetros), conforme está estabelecido no ENMAC.

Portugal investiu menos de 245 milhões de euros na bicicleta na última década

Eduardo Pinheiro disse ao Público que a equipa que coordena o ENMAC passará a ter mais duas pessoas, passando a cinco membros, e terá mais meio milhão de euros de orçamento para investir em acções de divulgação e promoção do uso da bicicleta. A associação MUBi tem lamentado o atraso na implementação do ENMAC. A MUBi defende que pelo menos 10% do orçamento total do sector dos transportes seja destinado à mobilidade em bicicleta.

O Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, defendeu no primeiro dia da Velo-city a bicicleta, em particular a bicicleta eléctrica, como parte fulcral do futuro da mobilidade urbana. “O que faltava à bicicleta era o motor eléctrico”, comentou, referindo que a bicyclette “é o mais inteligente meio de transporte para percorrer distâncias que são a quase totalidade das distâncias entre casa-trabalho deste país”. “Vamos ser neutros em carbono em 2050 mas se a economia crescer, investindo na sustentabilidade, vai haver em 2050 ainda mais deslocações do que existem hoje. Isto implica que não podemos construir o futuro com os instrumentos do passado”, referiu ainda Matos Fernandes.

De acordo com contas feitas pelo Público, Portugal investiu menos de 245 milhões na mobilidade em bicicleta na última década. Nem todo esse dinheiro foi usado em infra-estrutura, e nem toda a infraestrutura serve a mobilidade urbana, repara o mesmo jornal. A pesquisa efectuada pelo Público inclui trabalhos em infraestruturas como ciclovias, ciclopistas, ecovias, ecopistas e “vias cicláveis”, bem como despesas associadas a sistemas partilhados, entre outras. Lisboa foi a cidade que mais dinheiro investiu na bicicleta.

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