Carlos começou um mapa comunitário das estações GIRA por abrir (e por instalar)

O mapa resulta de uma vontade de a comunidade querer acompanhar a expansão da GIRA. EMEL não tem divulgado os locais onde está a instalar estações nem disponibiliza os planos de crescimento da rede.

O mapa comunitário de Carlos desenvolvido no Google Maps (captura de ecrã por Lisboa Para Pessoas)

Esta quinta-feira, 10 de Fevereiro, ficam operacionais mais três novas estações GIRA: duas nos Olivais e uma no Lumiar. Mas já instaladas e a aguardar abertura estão dezenas de estações pela cidade fora, e há novas a serem instaladas. Pelas redes sociais, os utilizadores da GIRA vão partilhando fotos sempre que encontram novas estações ainda por abrir, mas, à falta de um mapa que mostrasse a futura expansão da rede GIRA, Carlos decidiu criar um.

Carlos Fonseca, 35 anos, engenheiro de software, mora em São Domingos de Benfica e “sempre que possível” usa a bicicleta para se deslocar na cidade, “já desde 2019”. A sua freguesia é uma das que irá ter GIRA em breve e Carlos aguarda esse momento com expectativa. “Sempre achei muito positivo a existência da GIRA na cidade mas, para além de experimentar uma ou duas vezes, nunca utilizei regularmente, dado que as estações que existem não servem o meu dia-a-dia”dit-il. “Com a expansão da rede para a minha freguesia, o caso muda de figura. Posso considerar ir a algum sitio de bicicleta e voltar de outro meio de transporte, por exemplo.”

Por agora, a estação mais próxima de São Domingos fica na vizinha freguesia de Benfica, junto ao centro de saúde e à ponte ciclopedonal que permite chegar a Monsanto. É uma das que está a roxo no mapa de Carlos, indicando uma estação já montada mas inactiva. Ali perto, na Rua Inácio de Sousa, junto à ciclovia da Conde Almoster, já chegou a haver uma estação. “Foi montada ocupando dois lugares de estacionamento mas acabou retirada porque os moradores reclamaram”dit-il. “Desde então, essa doca ainda não foi reposta.” Carlos colocou um pin cinzento no local onde essa estação esteve instalada, sugerindo uma expansão futura.

As estações a cinzento são estações que não estão no local mas que estarão previstas para aquela zona segundo mapas disponibilizados pela EMEL (captura de ecrã por Lisboa Para Pessoas)

Carlos reconhece que “esta é uma zona com muita pressão de estacionamento e poucas garagens” e “todas as ruas entre a Estrada de Benfica e a Conde Almoster estão apinhadas de carros estacionados”.As boas praticas dizem que o espaço ciclável deve retirar espaço ao carro e não ao peão”, mas perante a pressão de quem valoriza o estacionamento automóvel “os modos pedonais e cicláveis é que acabam por perder”. “É um jogo político complicado, mas que tem que ser feito se queremos melhores cidades, com menos poluição, menos atropelamentos e mais espaço para as pessoas”, aponta Carlos. “Colocar várias estações da Gira ao longo da Conde Almoster, que tem ciclovia, permitirá a muito mais pessoas optar por esse método de transporte para aceder ao centro da cidade.”

O mapa comunitário que Carlos Fonseca começou encontra-se disponível no Google Maps. Para contribuir, basta enviar a localização por coordenadas GPS ou fotografia de novas estações ao próprio através de mensagem no Twitter ou do Discord do Lisboa Para Pessoas. As estações assinaladas a verde são estações activas, que estão em pleno funcionamento. A roxo estão identificadas estações inactivas mas já instaladas. A cinzento mostram-se estações que estarão previstas para aquela zona, de acordo com documentação que vai sendo publicada.

A roxo estão indicadas as estações já instaladas (captura de ecrã por Lisboa Para Pessoas)

Os planos de expansão da GIRA não são claros nem públicos. Alguns mapas da EMEL e outra informação que vai surgindo dão pistas de onde deverão ser instaladas estações, e é nesses dados que Carlos e a comunidade se baseiam. “Fala-se de 50 estações por abrir. Quais são? Onde são? A EMEL não diz directamente. Se queremos saber, temos que procurar nas páginas de algumas freguesias, procurar no local ou ver nas notícias.”

Em 2022, a EMEL não deverá comprar novas docas. Em vez disso, irá abrir as docas que já estão montadas e instalar as que ainda tem em stock ou, eventualmente, ainda por chegar às suas mãos. A GIRA deverá expandir-se este ano para Benfica e São Domingos de Benfica, para o eixo 24 de Julho/Avenida da Índia até ao Restelo, para as Amoreiras, Campolide e Campo de Ourique; deverá ser ao mesmo tempo reforçada em Carnide, Lumiar/Telheiras e no eixo da Almirante Reis (onde falta, por exemplo, abrir uma estação no Largo do Intendente). A expansão futura da rede deverá passar depois pelos “eixos Alcântara-Ajuda e Restelo-Belém, Marvila-ISEL, eixo ribeirinho, interfaces e relações intermunicipais com Loures, Odivelas, Oeiras e Amadora, assim como densificação nas freguesias de Benfica, Lumiar e Olivais”, de acordo com informação que foi a reunião de Câmara no final do ano passado.

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