No Dia Internacional da Mulher, elas vão pedalar para reivindicar o seu direito à cidade e celebrar todas as mulheres que andam de bicicleta.

Mulheres de diferentes associações e colectivos ligadas à mobilidade em bicicleta e à sustentabilidade procuram reafirmar o seu espaço na cidade e vão promover três passeios, em três cidades diferentes, no próximo 8 de Março, em que se celebra mais um Dia Internacional da Mulher. Em Lisboa, o ponto de encontro será na Alameda da Cidade Universitária, junto à estação GIRA da Faculdade de Direito, às 18h30.
“Usufruir da cidade e da vivência urbana deve ser universal e acessível a todas as pessoas, independentemente do seu género, idade, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual ou qualquer outra característica. No dia 8 de Março – uma data em que se celebram as conquistas de direitos, mas em que se deve sobretudo fazer uma reflexão profunda acerca da igualdade plena em todas as dimensões sociais –, exigimos à sociedade em geral, e aos decisores políticos em particular, que promovam medidas para favorecer o uso da bicicleta pelas mulheres, como ferramenta de inclusão e de promoção da sua liberdade”, lê-se num pequeno manifesto que a organização dos encontros partilhou nas redes sociais.
Os encontros estão a ser organizados pelas associações MUBi, Cicloda, Braga Ciclável, Ciclaveiro, ZERO, Climáximo e Mulheres Na Arquitectura, pela cooperativa Bicicultura, pelo movimento FEMINA, pelas organizadoras da Fancy Women Bike Ride em Lisboa e no Porto, pelos grupos Faro A Pedalar, pelo projecto Roda dos Ventos. No Porto, o ponto de encontro será o Parque do Covelo (18h00) e, em Aveiro, na Casa da Bicicleta (18h30).
Segundo a organização, qualquer pessoa – mesmo que não seja mulher – está convidada a juntar-se a estes passeios em bicicleta, que servirão para fazer oito reivindicações por um ambiente urbano e de mobilidade mais inclusivo (podes lê-las em baixo). “Apoiamos as marchas organizadas por coletivos feministas por todo o país, e contribuímos para a luta pela igualdade de direitos com as nossas reivindicações”, dizem.
Em Lisboa, as mulheres que se vão encontrar junto à estação GIRA da Faculdade de Direito, na Cidade Universitária, irão juntar-se à grande Marcha do Dia Internacional das Mulheres que partirá às 18 horas da Praça Luís de Camões, no Chiado.
8 de Março | 8 Reivindicações
- Queremos aumentar a nossa participação no processo de construção urbana, em particular no que toca ao urbanismo e à mobilidade, desde o planeamento, decisão e execução.
- Exigimos segurança para circular de bicicleta, sozinhas ou em família, transportando ou acompanhando crianças, sem sermos expostas à violência rodoviária que se sente na generalidade dos centros urbanos.
- Queremos deixar de sentir os nossos percursos quotidianos condicionados pelo medo e experienciar a vida urbana nas nossas cidades sem sermos alvo de qualquer tipo de assedio, de violência física ou verbal.
- Reivindicamos uma infraestrutura ciclável confortável, segura e bem iluminada que facilite o nosso dia-a-dia e faça a ligação entre as varias funções urbanas que são para nós essenciais: casa, trabalho, comércio, saúde, educação e lazer, incluindo parqueamento seguro nestes locais.
- Reclamamos sistemas públicos de bicicletas partilhadas e de aluguer de longa duração, que permitam transportar também crianças, ou pessoas com mobilidade reduzida, de modo a que as famílias possam experimentar e utilizar este modo de mobilidade sustentável.
- Pretendemos uma cidade segura, que permita que as nossas crianças possam ir para a escola de forma autónoma, a pé ou de bicicleta, e bairros protegidos para que possam brincar sem necessidade de vigilância constante.
- Defendemos a promoção da aprendizagem para andar de bicicleta na idade adulta, capacitando mais mulheres para o uso regular e independente da bicicleta, mas também que seja parte do currículo escolar.
- Precisamos que sejam criadas campanhas que promovam a igualdade de género e a não discriminação, de âmbito nacional e local, orientando o discurso de forma a ser mais inclusivo e combatendo preconceitos e estereótipos relativamente ao uso da bicicleta.
