Cortada durante dois meses sem motivo, ciclovia da Alameda das Linhas de Torres é restituída

Apesar de pertencer a um dos seis eixos estruturantes da rede ciclável de Lisboa, a ciclovia da Alameda das Linhas de Torres esteve inexplicavelmente cortada durante dois meses. Agora há, por fim, uma alternativa criada no local.

Lisbon Photography For People

Durante dois meses, foi o salve-se quem puder na zona do Campo Grande. As obras de expansão do Metro de Lisboa cortaram a ciclovia da Alameda das Linhas de Torres na parte da Rua Cipriano Dourado. Só que durante esses dois meses não houve obras a decorrer, nem alternativa criada para os cerca de 600-650 utilizadores diários daquele eixo ciclável.

Agora, os utilizadores daquela pista ciclável – que liga o intenso pólo habitacional do Lumiar ao centro de trabalho e de serviços da cidade através do Campo Grande – passaram a contar com a tão necessária alternativa. Os ciclistas têm agora um trajecto assinalado a amarelo que passa pelo lado oposto ao da futura obra de expansão da estação de Metro do Campo Grande. O trajecto alternativo implica quatro atravessamentos cicláveis e não é tão cómodo como uma ligação directa, e passa por baixo do viaduto por uma zona de passeio, onde foi delimitado o espaço ciclável e desenhadas passadeiras numa tentativa de salvaguardar a segurança dos peões.

Imagem cortesia de Metro de Lisboa

Construída no início do segundo semestre de 2021, a ciclovia da Alameda das Linhas de Torres veio servir a freguesia do Lumiar, oferecendo uma ligação rápida, contínua e segregada ao resto da cidade. No entanto, menos de um ano depois de ter ficado pronta, a ciclovia foi cortada para as obras de expansão da estação do Campo Grande na zona da Rua Cipriano Dourado, uma expansão incluída no projecto da Linha Circular. Os utilizadores daquele eixo – um dos seis eixos estruturantes da rede ciclável da cidade, segundo a Câmara de Lisboa – foram avisados do bloqueio avec apenas um dia de antecedência, no início de Março.

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O corte da ciclovia foi realizado além da área identificada no mapa divulgado do Metro de Lisboa com recurso a vários blocos de plástico. Nem o semáforo no cruzamento do Campo Grande foi deixado ligado, nem foi deixado desbloqueado um espaço de espera seguro junto ao mesmo. Durante estes dois meses, alguns ciclistas tentaram desviar os mesmos blocos e até chegaram a tentar improvisar uma alternativa, conforme testemunhou o Lisboa Para Pessoas diversas vezes. No entanto, os blocos que as pessoas desviavam acabavam sempre por ser repostos nos locais originais, mantendo-se o canal ciclável bloqueado.

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Durante os mesmos dois meses, vários utilizadores da bicicleta improvisaram trajectos pelo passeio e outros arriscaram seguir pela estrada, mesmo em contra-mão na parte da Rua Cipriano Dourado que é de sentido único. A alternativa apresentada pelo Metro de Lisboa era para que os ciclistas transportassem os “veículos levados à mão” pelo passeio do lado oposto ao da zona da obra e à ciclovia. O Lisboa Para Pessoas não testemunhou ninguém a seguir estas indicações, nem tão pouco a presença dessas indicações no local da obra. A única sinalética existente para ciclistas era um sinal vertical a indicar “zona de obra” e “fim de ciclovia”.

O Lisboa Para Pessoas testemunhou encore várias complicações ao nível da mobilidade pedonal, uma vez que os peões também viram o passeio junto à ciclovia bloqueado e foram forçados a dar uma volta significativamente maior para percorrer meia dúzia de metros. De notar que o Campo Grande é uma das maiores interfaces de transportes da cidade de Lisboa, pelo que o volume de pessoas a caminhar é nesta zona elevado principalmente às horas de ponte de manhã e de tarde. Muitos peões escolheram caminhar à beira da estrada em vez de realizarem o desvio sugerido pelo Metro de Lisboa no seu site e também precariamente assinalado no local.

A alternativa agora implementada vem resolver a descontinuidade criada na ciclovia da Alameda das Linhas de Torres na zona do Campo Grande/Rua Cipriano Dourado. Os blocos de plástico que cortavam o troço foram removidos e o semáforo voltou a ser ligado. Também foram retirados os gradeamentos que tinham sido colocados mais recentemente para evitar os desvios dos blocos por parte das pessoas. Os peões passaram também a ter uma passadeira mais perto do seu percurso expectável, pelo que já não têm de ir dar a volta maior ao atravessamento semaforizado na intersecção do Campo Grande.

Importa referir que durante os dois meses do bloqueio da ciclovia nenhuma obra foi realizada no local da ciclovia pelo que esta poderia ter permanecido operacional até ao momento presente, em que foi desenhada este desvio, conforme verificou o Lisboa Para Pessoas.

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