Metro de Lisboa esclarece situação e anuncia novidades para as linhas Verde e Amarela

As seis carruagens vão regressar à Linha Verde o mais tardar a 20 de Junho. Nesse dia, o troço da Linha Amarela entre o Campo Grande e Odivelas passará a ter circulações com quatro carruagens.

LPP Photographie

O Presidente do Metro de Lisboa, Vítor Domingues dos Santos, acompanhado por outros elementos da administração da empresa, apresentou-se nesta manhã de quarta-feira, 10 de Maio, aos jornalistas para fazer um ponto de situação das obras da Linha Circular e, em particular, para responder às controversas interrupções nas linhas Verde e Amarela, que têm provocado um caos na zona do Campo Grande e no resto da rede.

De forma a mitigar os constrangimentos causados pelo encerramento provisório da estação de Telheiras (na Linha Verde) e do troço Campo Grande/Cidade Universitária (na Linha Amarela), o Metro de Lisboa anunciou quatro medidas:

  • a retoma da circulação de comboios com seis carruagens na Linha Verde no dia 20 de Junho, podendo esta data ser antecipada caso o empreiteiro consiga concluir os trabalhos na estação do Campo Grande mais cedo que o previsto;
  • o início da circulação de comboios com quatro carruagens no troço Odivelas/Campo Grande da Linha Amarela também no dia 20 de Junho (o troço Cidade Universitária e Rato continuará a funcionar, como agora, com comboios de seis carruagens);
  • o reforço de equipas de apoio do Metro de Lisboa (pessoal próprio e vigilantes) na estação do Campo Grande e noutras que o justifiquem, para ajudar na circulação das pessoas, nomeadamente na entrada e saída das composições;
  • autocarros em modo vaivém entre Cidade Universitária e Campo Grande para servir os passageiros do Metro de Lisboa nos dois dias de jogo do Sporting em casa (13 e 21 de Maio) e no dia da Bênção de Finalistas (20 de Maio).

Vítor Domingues dos Santos explicou, aos jornalistas, que o calendário de obra da Linha Circular já conta com “atrasos significativos”, pois entre as adjudicações das várias fases da obra e as respectivas consignações (isto é, entre decidir o empreiteiro e dar-lhe o OK para avançar) existiram “20 a 40 meses de delay” devido a todos os processos burocráticos necessários, como é o caso dos vistos do Tribunal de Contas. Segundo o Presidente do Metro, os cortes nas linhas Verde e Amarela são necessários para fazer a ligação dos novos viadutos construídos à rede férrea existente, de modo a ser possível activar a Linha Circular. Atrasar essas interrupções seria atrasar ainda mais a obra, mas existem obrigações ao nível de financiamento europeu que têm de ser seguidas. “Atrasando ainda mais, não conseguiríamos cumprir com essas obrigações em função de todos os atrasos que já temos hoje”, adiantou o responsável.

A execução da Linha Circular tem de estar pronta até ao final de 2024.

Conferência de imprensa do Metro de Lisboa (fotografia LPP)

Sobre as três carruagens

Sobre a necessidade de manter a circulação de três carruagens em toda a Linha Verde, o Presidente do Metro reiterou a necessidade de salvaguardar “uma zona fixa de segurança” entre a circulação dos comboios e a área de obra “para que não haja nenhum risco nem para passageiros, nem para trabalhadores”. Tal como já tinha sido referido anteriormente pela empresa em comunicado, é por ser necessária essa distância de segurança que não cabem comboios de seis carruagens na estação terminal do Campo Grande e, como tal, a Linha Verde tem de funcionar com comboios de três carruagens. A alternativa seria, por hipótese, fazer o término da Linha Verde na estação de Alvalade (deixando os comboios de ir ao Campo Grande), mas tal poderia ter um impacto ainda maior na mobilidade da cidade.

Vítor Domingues dos Santos salientou que “o facto de circularmos com três carruagens não significa uma redução de 50% da oferta” na Linha Verde, até porque com a divisão ao meio dos comboios de seis carruagens que habitualmente percorriam aquela linha “duplicámos o número de comboios disponíveis”. “Numa primeira fase”, o Presidente do Metro salientou que houve um aumento do número e frequência dos comboios nas horas de ponta da manhã e da tarde de nove para 12 na Linha Verde, tentando-se cumprir um intervalo máximo de 3:30 minutos. “Se com seis carruagens tínhamos frequências de quatro a cinco minutos, agora conseguimos frequências próximas dos três minutos.” O responsável admitiu uma redução “pouco significativa” de passageiros na Linha Verde na última semana.

“Estamos convencidos de que o que fizemos era o que era preciso ser feito”, comentou Vítor Domingues dos Santos, depois de destacar a importância do plano de expansão do Metro e as mais valias que deverá trazer ao nível do aumento de utilizadores do transporte público, redução dos tempos de deslocação e reorganização da mobilidade metropolitana. “Temos a expectativa de que mais pessoas usem a TTSL [Transtejo Soflusa] e que entrem no Metro no Cais do Sodré para aceder mais rapidamente à cidade”, exemplificou.

Sobre os reforços em autocarro

A Carris está a realizar reforços das carreiras 767 e 738 entre as 7 e 21 horas, e da carreira 736 durante todo o horário de circulação (das 5 da manhã à meia noite). Foi também prolongado o percurso da carreira 778 do Campo Grande até à Cidade Universitária. Segundo o Presidente do Metro, ao todo existem mais “15 autocarros por dia de reforço na zona do Campo Grande”. Vítor Domingues dos Santos explicou ainda que a empresa procurou junto dos demais operadores rodoviários da área metropolitana de Lisboa (amL) motoristas e viaturas para lançar um serviço de substituição próprio “entre o Campo Grande e a Cidade Universitária”, mas tal não foi possível porque todas as operadoras alegaram falta de recursos humanos.

Ou seja, as operadoras rodoviárias da amL estão todas nos seus limites. Vítor Domingues dos Santos adiantou que o Metro chegou a falar com uma transportadora da área do Porto que também referiu ter autocarros mas não motoristas. “A falta de motoristas é um problema para além fronteiras, é um problema europeu”, explicou, adiantando que tem sido “debatido em conferências da área dos transportes”. Recorde-se que a Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML) teve problemas com falta de motoristas para o arranque da operação da Carris Metropolitana no ano passado, com as diferentes transportadoras a verem-se forçadas a contratar rapidamente em países como Cabo Verde e Brasil. Terá sido também por constrangimentos operacionais que a TML não conseguiu responder ao pedido do Metro de Lisboa para reforçar a oferta no Campo Grande. Vítor Domingues dos Santos referiu que foi pedido para algumas linhas da Carris Metropolitana serem prolongadas do Campo Grande à Cidade Universitária, mas “a TML não conseguiu fazê-lo pelas perturbações que isso causaria nos contratos” com os diferentes operadores da Carris Metropolitana.

Conferência de imprensa do Metro de Lisboa (fotografia LPP)

O transporte alternativo em autocarro só vai ser feito nos dias dos dois jogos do Sporting no Estádio José Alvalade a e da Benção de Finalistas por ser fim-de-semana e, por isso, haver meios operacionais disponíveis junto das empresas rodoviárias de transporte de passageiros. “Não seria possível se o jogo fosse numa sexta-feira às seis da tarde, por exemplo”, disse o Presidente do Metro, pois todos os autocarros e motoristas estariam a ser utilizados para assegurar o normal funcionamento das linhas da Carris Metropolitana. Este transporte alternativo em autocarro já foi feito aquando do recente encerramento da Linha Azul em dia de jogo na Luz, e será feito de forma igual nestas três vezes: uma paragem no Campo Grande, outra na Cidade Universitária, e dois autocarros a fazer viagens com a frequência que a tomada e largada de passageiros (e que o trânsito rodoviário) permitir.

O Metro de Lisboa diz que continuará a monitorizar detalhadamente a execução da obra e o movimento diário de passageiros nas novas condições de operação, por forma a identificar e implementar soluções adicionais que permitam atenuar os impactos para os seus passageiros. A normal circulação nas linhas Amarela e Verde continua prevista para 8 de Julho (às 6h30).

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