Podes encontrá-los na linha 15E. É a primeira vez em quase 30 anos que a Carris tem novos eléctricos articulados.
Começaram a circular esta sexta-feira, 22 de Setembro, os primeiros três dos 15 eléctricos novos que a Carris vai ter para reforçar e prolongar a linha 15E, que actualmente percorre o percurso entre a baixa de Lisboa e Algés, em Oeiras. Os novos eléctricos vão andar a percorrer a 15E juntamente com os veículos mais antigos, de 1995, que se manterão ao serviço.
Les novos eléctricos articulados foram encomendados à espanhola CAF, através de um concurso público lançado em 2019 e fechado em 2021 por 40,4 milhões de euros. Os 15 veículos vão chegar, progressivamente, até ao início de 2024. São ligeiramente mais compridos que os eléctricos anteriores (medem 28 metros em vez de 24) e têm mais capacidade (transportam 220 pessoas em vez de 205); são também mais silenciosos e são, claro, equipamentos mais modernos. No interior, há ecrãs a indicar as paragens e o trajecto; e uma máquina para compra de bilhetes que aceita Multibanco, contactless e MB Way a bordo. Os validadores também são novos, como nos autocarros, e no futuro darão para encostar o telemóvel.
A linha 15E funciona actualmente entre a Praça da Figueira e Algés, mas há planos para expandi-la para ocidente até à Cruz Quebrada e ao Jamor, e para oriente até Santa Apolónia. A Câmara de Oeiras já mostrou todo o interesse na parte do prolongamento do 15E que é afecta ao seu território; e a Câmara de Lisboa aguarda pela conclusão das obras de drenagem e pela consequente requalificação da praça de Santa Apolónia (em que está prevista a colocação de carris) para levar o 15E até à icónica estação ferroviária. A ocidente e a oriente, está prevista a ligação entre o 15E e o futuro metro de superfície LIOS.
Apesar da chegada dos novos eléctricos (série 601-615), a Carris vai manter os anteriores (série 501-510) em funcionamento. Desses, a empresa tem 10 veículos, dos quais apenas restam sete. Os eléctricos 508 e 504 sofreram, neste Verão, um violento embate no Cais do Sodré, tendo ficado imobilizados; e o eléctrico 506 está, há vários anos, parado também devido a um acidente e a emprestar peças aos seus “irmãos”. Tal situação, tem levado a Carris a recorrer a nove autocarros para reforçar, diariamente, a linha 15E, que tem sido bastante procurada, principalmente por Belém ser hoje em dia um local turístico importante.
Este recurso aos autocarros é justificado também o facto de a Rua da Prata estar cortada: enquanto que os eléctricos fazem o trajecto entre Algés e o Cais do Sodré, os autocarros conseguem chegar à Praça da Figueira. Espera-se que, em Novembro, estando concluídas as obras na Rua da Prata, o 15E possa retomar o seu trajecto habitual. A Câmara de Lisboa anunciou, recentemente, a intenção de, nessa reabertura, a Rua da Prata não voltar a ter trânsito automóvel: apenas transportes públicos, bicicletas e pessoas a caminhar.
Neste momento, a Carris colocou em circulação dois dos sete novos eléctricos que já tem nas sua posse, os números 601 e 608. Haverá um terceiro da nova geração a circular esta semana. Esta é a primeira vez em 28 anos que a Carris recebe e coloca nas ruas novos eléctricos articulados. A empresa tem vindo a fazer, nos últimos anos, um esforço de renovação da frota, esperando, até 2026, investir 170 milhões de euros na compra de aproximadamente 350 autocarros novos, a energias limpas (eléctricos ou gás natural); o objectivo é que, nesse ano, 80% da frota seja “amiga do ambiente”. Até ao início de 2024, a Carris conta receber 44 autocarros eléctricos (30 normais e 14 mini) e 24 autocarros articulados a gás natural, permitindo-lhe chegar à meta de 50% da frota “amiga do ambiente”.
A Carris vai ainda fazer obras nas suas instalações em Santo Amaro. Não só quer melhorar o seu museu, como precisa de ampliar o espaço onde os eléctricos descansam.
