A Miguel Bombarda, uma das principais ruas do Barreiro, está a ser requalificada e vai ser pedonal aos fins-de-semana para impulsionar o comércio local. Esta obra é a primeira fase de um plano mais amplo de revitalização do Barreiro Velho.
Um dos principais troços da Rua Miguel Bombarda, o eixo central do Barreiro, está a ser requalificado e passará a ser pedonal ao fim-de-semana, com o objectivo de estimular o comércio local, indica a autarquia. Não só os carros ficarão de fora da Miguel Bombarda aos sábados e domingos, como existirão actividades para trazer as pessoas para a rua.
Vários estudos indicam que um intenso tráfego rodoviário não beneficia o comércio local de proximidade. Pelo contrário, pode até prejudicá-lo. Um exemplo disso são os centros comerciais, onde as pessoas podem caminhar livremente pelas suas “ruas”, entre diferentes lojas, aproveitando também as actividades regularmente promovidas. Nestes espaços, os clientes podem chegar tanto de transporte público como de carro, estacionando geralmente em parques subterrâneos, o que implica percorrer alguns metros até à área comercial propriamente dita.
A mesma dinâmica pode ser replicada na Rua Miguel Bombarda, que conta com várias opções de transporte público, incluindo as carreiras dos TCB e da Carris Metropolitana, além da proximidade da estação de comboios Barreiro-A. Para quem opta pelo automóvel, existem várias alternativas de estacionamento nas imediações, como o parque subterrâneo do Mercado 1º de Maio, o parque da estação ferroviária ou até o próprio parque do centro comercial Fórum Barreiro.
Obras de requalificação até ao Verão
A requalificação agora em curso da Rua Miguel Bombarda afecta exclusivamente o troço entre o túnel rodoviário/linha de comboio e a Avenida Alfredo da Silva, e enquadra-se num plano mais amplo de requalificação urbana do Barreiro Velho, que é composto por quatro fases. Nesta primeira fase, a única em curso, está a ser transformado um dos eixos mais movimentados do centro da cidade. Entre o edifício da Câmara Municipal do Barreiro e a intersecção com a Avenida Alfredo da Silva, a Rua Miguel Bombarda terá sentido único quando voltar renovada no Verão; será também esse o troço pedonalizado aos fins-de-semana.
A obra na Rua Miguel Bombarda teve início a 10 de Fevereiro e tem uma grande componente ao nível do subsolo, nomeadamente com a alteração da rede de abastecimento de água, de drenagem de águas residuais domésticas e pluviais, bem como ao nível de infraestruturas eléctricas, de iluminação pública, de telecomunicações e da rede de gás natural. À superfície, a rua ganhará um desenho mais moderno, com alargamento do passeio, melhores condições de segurança viária e pedonal, novo mobiliário urbano, novos pavimentos e zonas verdes.
Com as alterações rodoviárias na Miguel Bombarda, também a frente da Câmara Municipal ganhará mais espaço, com uma nova escadaria e uma nova rampa, ambas mais amplas.
A realização desta obra está a ter impactos no dia-a-dia da rua, com o corte do troço afectado à circulação rodoviária, o que implicou o desvio de linhas dos TCB e Carris Metropolitana pela Rua Stara Zagora. Foi também criada uma bolsa de estacionamento no terreno junto às oficinas da CP. Mantém-se a circulação pedonal em toda a Rua Miguel Bombarda, incluindo o acesso às lojas, bem como o acesso para viaturas de emergência, e para cargas e descargas.
1ª fase do novo Barreiro Velho
A requalificação do Barreiro Velho representa um dos maiores investimentos da autarquia na renovação urbana da cidade, que contará com um orçamento de 27 milhões de euros para intervir numa área de 72 mil metros quadrados. O objectivo principal é recuperar este núcleo histórico, promovendo a revitalização social, económica e urbanística da zona. O projeto prevê a criação de percursos pedonais e a melhoria das acessibilidades, aproximando o centro da cidade da zona ribeirinha e devolvendo o espaço público aos cidadãos.
O Barreiro Velho foi, em tempos, o coração comercial e cultural do concelho, impulsionado pelas suas coletividades e vida de bairro. No entanto, o abandono progressivo deixou marcas visíveis, com prédios em risco de ruína e uma vivência urbana reduzida. A expectativa é que esta requalificação não só devolva dinamismo à zona, mas também reforce a ligação entre o seu passado histórico e um futuro mais sustentável e atractivo para os moradores e visitantes, com a ajuda da reactivação de edifícios emblemáticos como o Teatro Cine do Barreiro – que deixou de ser cinema em 1992 e que foi recentemente adquirido pela autarquia.
