A Câmara de Lisboa tem estado a remover os grandes cartazes políticos que, segundo Carlos Moedas, criavam uma “poluição absolutamente indesejável” na Avenida da República. A autarquia justifica a decisão com a necessidade de proteger o património edificado da zona.
A Câmara de Lisboa está a proceder à retirada dos cartazes de propaganda política que se encontravam no Eixo Central, entre o Saldanha e Entrecampos. Depois de o ter feito no Marquês de Pombal e na Alameda, é a vez de uma das zonas mais nobres da capital ficar livre das grandes estruturas de metal que prejudicavam a paisagem urbana.
“Lisboa é a nossa casa comum e não podemos permitir que o espaço público continue a ser ocupado por dezenas de cartazes políticos”, refere o Presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, em comunicado. “É uma poluição visual absolutamente indesejável, que prejudica a cidade e impede que os lisboetas usufruam deste local, além de comprometer a valorização da nossa história e a salvaguarda do nosso património.”
O trabalho de remoção dos cartazes tem sido feito de forma faseada, entre a semana passada e a presente semana. Começou nas rotundas do Saldanha e de Entrecampos, e foi depois sendo feita ao longo da Avenida da República. É um processo demorado, uma vez que existiam naquele eixo três dezenas de panneaux d'affichage de propaganda, de diferentes partidos políticos. As equipas da Câmara estão a retirar os cartazes um a um, deitando as infraestruturas metálicas ao chão, removendo as lonas e os pilares, e repondo depois o pavimento pedonal.
Os partidos políticos que tinham dispositivos de propaganda no Eixo Central foram previamente notificados para procederem à remoção voluntária dos mesmos. Não tendo tal sucedido dentro do prazo estabelecido para o efeito, os serviços da autarquia avançaram com a sua remoção coerciva.
“Depois de termos proibido a colocação de cartazes no Marquês de Pombal e na Alameda, alargámos esta medida ao Eixo Central. Estamos a retirar os cartazes políticos existentes entre o Saldanha e Entrecampos, um espaço nobre da cidade que não pode continuar a ser tratado como um painel político permanente”, diz ainda Carlos Moedas, sublinhando que “esta não é uma medida contra os partidos, mas sim uma iniciativa a favor da cidade, a favor dos lisboetas”.
Recorde-se que em Setembro de 2022 o Executivo presidido por Carlos Moedas retirou os cartazes de propaganda política da Praça Marquês de Pombal. Em Dezembro de 2024, esta medida foi alargada à Alameda Dom Afonso Henriques.
Na base da actuação da autarquia está o facto de esta área da cidade estar abrangida pelo Plano das Avenidas Novas, da responsabilidade de Ressano Garcia, e de nela se localizarem vários edifícios classificados ou com interesse patrimonial muito relevante, referenciados na Carta Municipal do Património do PDM de Lisboa.
