Avenida da Liberdade com poluição em alta, alerta associação ZERO

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Associação ZERO alerta para a elevada concentração de dióxido de azoto (NO2) no ar da Avenida da Liberdade desde Outubro, devido ao “intenso tráfego automóvel que tem estado associado ao desconfinamento nos últimos meses, conjugados com condições meteorológicas desfavoráveis”.

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Os níveis de poluição na Avenida da Liberdade aumentaram substancialmente desde Outubro. O alerta é dado pela associação ambientalista ZERO, que se mostra preocupada com os elevados valores de dióxido de azoto (NO2) registados naquela avenida desde Outubro e que podem levar a cidade a não cumprir o valor-limite anual relativo estipulado pela actual legislação europeia, de 40 ug/m3, “arriscando multa da União Europeia”.

Gráfico cortesia de ZERO

Se em Setembro os níveis de NO2 já se aproximavam dos 40 ug/m3, em Outubro ultrapassaram esse limiar, superando os 60 ug/m3 também em Novembro e no presente mês de Dezembro. A média anual é, neste momento, de 40,2 ug/m3. Os dados são provisórios e provém das estações de monitorização da qualidade do ar geridas pelas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional e pela Agência Portuguesa do Ambiente.

Dans une déclaration, a ZERO atribui as elevadas concentrações do poluente ao “intenso tráfego automóvel que tem estado associado ao desconfinamento nos últimos meses, conjugados com condições meteorológicas desfavoráveis”. A associação lembra que 2020 foi o primeiro ano em que na Avenida da Liberdade se conseguiu respeitar o valor-limite anual de 40 ug/m3 no que respeita ao dióxido de azoto, o que “tudo indica que tal não irá acontecer em 2021”.

A ZERO diz que, nas cidades, o dióxido de azoto medido é sobretudo consequência directa dos processos de combustão que têm lugar nos veículos, em particular dos que utilizam o gasóleo como combustível. O dióxido de azoto em concentrações elevadas pode causar a irritação dos olhos e da garganta e afectar as vias respiratórias, provocando diminuição da capacidade do respiratória, dores no peito, edema pulmonar e danos no sistema nervoso central e nos tecidos. Crianças, os asmáticos e os indivíduos com bronquites crónicas podem ser os grupos mais afectados. Este poluente pode ainda aumentar a reactividade a alergénios de origem natural.

Na mesma nota, a associação ZERO apela a que se avance com a prometida ZER Avenida-Baixa-Chiado. “Em Portugal, só Lisboa tem uma Zona de Emissões de Reduzidas (ZER) com efeitos praticamente nulos dada a sua profunda desactualização em termos de exigências”, refere, acrescentando que as Zonas de Emissões Reduzidas (ZER), que limitam a utilização de veículos mais poluentes, e as Zonas de Zero Emissões (ZZE), onde não é permitida a entrada de qualquer transporte motorizado a combustão, “têm tido uma aceitação particularmente forte em mais de 250 cidades europeias”. “A ZERO considera que as Zonas de Emissões Reduzidas e as Zonas de Zero Emissões são um instrumento de política pública ao dispor das cidades para melhoria da qualidade do ar e do conforto do espaço público, mas que em Portugal não está a ser devidamente aproveitado.”

A ZERO refere também, apoiando-se em dados de diferentes estudos e inquéritos citados em comunicadoqui “as políticas públicas urbanas que condicionam a utilização do automóvel em geral ou especificamente a dos mais poluentes – tais como as ZER ou as ZZE, respetivamente – são um contributo positivo para as vendas de Natal”.

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