Alteração foi motivada pelas obras do Metro de Lisboa. Teve de ser construído um novo cruzamento no Largo de Santos (o “X” de Santos).

Na paragem habitual do 25E no Largo Vitorino Damásio, nesta terça-feira, duas senhoras aguardavam a chegada do eléctrico. Nas suas costas, num aviso discretamente afixado em papel, podia ler-se o seguinte: “Devido a trabalhos na linha do eléctrico na Av. Dom Carlos I que impossibilitam a circulação da carreira nessa zona, a partir do dia 30 de Maio de 2023 (3ª-feira), a carreira 25E passa a circular entre Cais do Sodré e Prazeres via Av. 24 de Julho e Lg. Santos (onde retoma o seu percurso). Esta paragem é provisoriamente suprimida.” Não tinham reparado e, se não tivesse sido o nosso aviso, ali provavelmente teriam ficado.
Devido às obras de expansão do Metro de Lisboa, o eléctrico 25E foi, desde 30 de Maio, desviado para a frente ribeirinha, passando a circular entre o Cais do Sodré e os Prazeres pela Avenida 24 de Julho, ao lado das carreiras 15E, 18E e 24E. Esta é mais uma alteração no percurso desta carreira histórica de eléctrico, que, com o encerramento forçado da Rua da Prata em Dezembro, deixou de ir à Praça da Figueira, passando a parar no Corpo Santo.

A alteração do trajecto da 25E levou à desactivação de todas as paragens feitas por esta carreira entre o Corpo Santo e o Largo Vitorino Damásio, incluindo as do Largo Conde Barão e da Rua de São Paulo. O 25E vai circular pela 24 de Julho até ao final das obras do Metro.
Para esta alteração do trajecto, prevista nos constrangimentos das obras, ser possível, teve de ser reposto o “X” de Santos, isto é, o cruzamento das linhas de eléctrico que noutros tempos já existiu no Largo de Santos, permitindo que os serviços de outrora pudessem circular entre a frente ribeirinha e o interior dos bairros daquela zona. O “X” vai ficar quando concluídas as obras do Metro, o que permitirá, por exemplo, o desvio de eléctricos se existir algum impedimento na via férrea, quer na Avenida 24 de Julho, quer nos arruamentos internos.


Segundo o site Bus de Lisbonne, a circulação dos eléctricos no “X” implica alguns cuidados por parte dos guarda-freios, que, antes de cruzarem da 24 de Julho para o interior do Largo de Santos, terão de mudar manualmente a agulha e, logo de seguida, de a repor para que a passagem dos eléctricos que continuam na 24 de Julho (como o 15E) ocorra sem problemas. Os eléctricos têm de circular a uma velocidade máxima de 10 km/h nesta zona e os guarda-freios terão, também, de verificar atempadamente o posicionamento das agulha (talvez por se tratar de um cruzamento temporário e que no futuro deverá ser utilizado apenas em situações esporádicas não foi instalado um sistema automatizado de mudança de agulhas como aquele que existe, por exemplo, no Largo da Estrela).

O Autocarros de Lisboa diz também que “a existência de três carreiras (15E, 18E e 25E) a efectuarem o mesmo terminal no Cais do Sodré irão exigir também alguns cuidados, nomeadamente na eventualidade de se acumularem vários carros eléctricos”. O novo cruzamento de linhas em Santos vai também servir as recolhas das carreiras 12E, 24E e 28E.
