Tinha 16 anos. Chamava-se Ana Oliveira e era basquetebolista pelo Sporting. Não sobreviveu ao embate de um automóvel que não terá respeitado o sinal vermelho, batendo-lhe enquanto ela, de bicicleta, atravessava com sinal verde. O sinistro aconteceu na sexta-feira ao final do dia no Campo Grande, no sentido de Entrecampos. De acordo com o Correio da Manhã, o óbito foi declarado no sábado de manhã, na Urgência pediátrica do Hospital de Santa Maria.
“O Sporting Clube de Portugal manifesta o seu pesar pela morte de Ana Oliveira, basquetebolista do Clube, que faleceu na sequência de um atropelamento de que foi vítima, em Lisboa, na passada sexta-feira. Ana Oliveira tinha apenas 16 anos, jogava na equipa sub-19 do Sporting CP e estava no Clube há seis anos”, lê-se numa nota de condolências do clube. “Aos familiares e amigos, assim como a toda a modalidade verde e branca, o Sporting CP endereça as mais sentidas condolências, não deixando de enaltecer e agradecer os anos de dedicação e devoção ao Clube.”
A colisão que provocou a morte de Ana Oliveira, que atravessava a pé e com a bicicleta na mão uma avenida de três a quatro vias no Campo Grande no sinal verde, levou à mobilização de vários ciclistas online. O caso mostra que é urgente discutir e reconfigurar as cidades, humanizando-as e eliminando as “auto-estradas” urbanas, acalmando o tráfego automóvel, criar mais áreas pedonais, mais ciclovias… No ano passado, 472 pessoas perderam a vida no ano passado nas estradas portuguesas, 2288 ficaram gravemente feridas.
Quando um carro excede velocidades e passa vermelhos, pode realmente matar um inocente. Quando uma bicicleta ou um peão passa um vermelho, é muito pouco provável que magoe alguém. Quando uma pessoa de bicicleta se refugia no passeio, se calhar é porque tem medo da estrada. Urge, assim, olhar com responsabilidade e assertividade para a cidade que temos e para a cidade que queremos.
