Parece-me completamente contraditório numa cidade que cada vez mais se apresenta como amiga da bicicleta. A ciclovia da Avenida do Brasil – a principal e única ligação directa entre o Lumiar/Alvalade/Avenidas Novas/etc e os Olivais/Parque das Nações, dando acesso, por exemplo à Gare do Oriente – entrou em obras há cerca de dois meses. Sem qualquer aviso prévio, sem qualquer sinalização no terreno, sem que tivesse sido acautelada uma alternativa. Os ciclistas que se desenrasquem!
Em causa está a instalação de umas tubagens subterrâneas, o que obrigou à perfuração do piso e tornou a ciclovia intransitável nos diferentes troços, à medida que a obra foi avançando. Nas zonas onde já está parcialmente concluída, mantém-se uma terra batida mal amanhada e os ciclistas vêem-se obrigados a usar apenas via (com uma bicicleta de carga deve ser bem complicado e com uma cadeirinha de criança perigoso).
É certo que agora, com o confinamento, as necessidades de deslocação são menores, mas recordo que esta obra foi iniciada no início de Dezembro. Pessoas que vão trabalhar, levar os filhos à escola, apanhar o comboio, estudantes, utilizadores da GIRA, pessoas que viajam de ou para os Olivais… muitos usam esta ciclovia, contam com ela. Não têm alternativas. Não há obra que seja feita na rodovia sem que todos os incómodos sejam considerados e sem que sejam criadas soluções temporárias.
