
É o último dos concursos públicos para a modernização da Linha de Cascais até 2023. Depois de lançados os concursos para a renovação da linha férrea e da catenária, e dos sistemas de sinalização e de telecomunicações, chegou a vez das estações, no valor de 12 milhões de euros, segundo escreve o jornal Público. No total, a modernização da Linha de Cascais, a cargo da Infraestruturas de Portugal (IP), deverá custar 75,6 milhões de euros.
Em comunicado, a IP informa que o objectivo é a “melhoria das condições de acesso às plataformas, do conforto, comodidade e qualidade do serviço prestado aos milhares de utentes que diariamente utilizam a Linha de Cascais”. Entre os trabalhos previstos estão:
- a remodelação dos pavimentos com a instalação de faixas coloridas e tácteis em todas as plataformas e percursos pedonais que permitam a todos as pessoas, independentemente das suas condições de mobilidade, utilizarem a Linha de Cascais;
- reformulação de rampas já existentes e criação de novas rampas para acesso directo ao interior das carruagens dos comboios;
- substituição da sinalética em todas as estações e apeadeiros;
- melhoria dos abrigos e coberturas existentes, relocalização ou construção de novos;
- instalação de ascensores em algumas estações para criar alternativas mais cómodas e seguras para pessoas com mobilidade condicionada;
- reabilitação pontual dos edifícios;
- remodelação da iluminação das plataformas e acessos com tecnologia LED;
- criação de parque de estacionamento dissuasor na estação de Paço de Arcos.
Segundo o jornal Público, nos próximos dois anos serão críticos na Linha de Cascais porque vão coexistir várias empreitadas. Uma das intervenções mais importantes é a mudança da tensão daquela linha de 1500 volts para os 25 mil volts em corrente alternada, valor que é comum no resto da rede ferroviária. A Linha de Cascais é actualmente a única linha portuguesa com uma tensão diferente, o que faz com que só determinados comboios possam nela circular.
A CP vai substituir os 31 comboios da Linha de Cascais por novos veículos suburbanos que irá comprar com a ajuda da famosa “bazuca europeia”. Serão, ao todo, 61 novos comboios suburbanos, 55 regionais e 12 composições de longo curso, num total de 129, todos eléctricos. O Público explica que, numa fase transitória, os novos comboios da Linha de Cascais terão de estar equipados com bi-tensão para funcionarem também nos actuais 1500 volts, de modo a que nem as novas carruagens nem as antigas fiquem encostadas durante a mudança.
O Público explica ainda que a mudança na tensão da Linha de Cascais, a primeira linha electrificada do país, pode fazer a CP poupar 1,5 milhões de euros por ano em energia eléctrica uma vez que “a corrente alternada tem um custo inferior à corrente contínua e porque os novos comboios, durante as frenagens, libertam energia eléctrica que é devolvida à catenária”.