
Chamam-lhe FCULresta. Trocadilhos à parte, é uma mini-floresta densa, biodiversa e multifuncional que está a nascer em pleno meio urbano, num terreno junto à Faculdade de Ciências de Lisboa (FCUL) onde antes existia um relvado.
O projecto tem como coordenador o biólogo David Avelar e está a ser desenvolvido pela FCUL no âmbito do 1Planet4All, uma iniciativa europeia que resulta da aliança de 14 organizações não-governamentais de toda a Europa e que pretende promover a consciencialização e entendimento crítico dos jovens em relação às alterações climáticas.
O intuito da FCULresta é auxiliar na acção climática e promoção da biodiversidade urbana – as mini-florestas podem ter um impacto positivo, segundo escreve aqui o The Guardian –, mas simultaneamente servir de laboratório vivo para que alunos e investigadores possam analisar o impacto de espaços naturalizados em contexto urbano.

A mini-floresta vai contar com mais de 600 plantas, tem dois “hotéis” para insectos (um só para joaninhas), um refúgio para anfíbios e ainda sensores de monitorização do solo, conforme descreve a página Lisboa Capital Verde 2020 no Instagram. A FCULresta foi criada utilizado o método japonês Miyawaki, cuja eficácia em ambiente urbano mediterrâneo a FCUL pretende avaliar. “Este método sugere que, após o plantio de uma mini floresta de alto impacto e baixa pegada ecológica, será possível: ter um crescimento bastante rápido; alta taxa de absorção de carbono; excelente capacidade de atracção de animais e plantas – além daquelas plantadas; boa capacidade de processamento da água da chuva; melhoria da qualidade do ar (reduzindo partículas poluentes) e redução da poluição sonora; ajuda no conforto térmico local”, descreve a faculdade na página do projecto.
O solo da FCULresta foi enriquecido com 22 toneladas de composto, resultado dos resíduos orgânicos recolhidos no âmbito do programa Lisboa A Compostar e de resíduos verdes dos jardins da cidade. A criação desta mini-floresta, que se iniciou na primeira semana de Março, estava prevista para Dezembro mas foi atrasada dada a situação pandémica do país. No entanto, não poderia ser atrasada muito mais uma vez que a altura indicada para a plantação é o Inverno, “de modo a evitar taxas de mortalidade das plantas muito elevadas”.