
Depois de um longo processo de aprovação, volta a estar disponível a partir desta semana o programa municipal de apoio à aquisição de bicicletas citadinas. Neste ano de 2021, está disponível um total de 340 mil euros para comparticipar a compra de bicicletas por parte de residentes, trabalhadores e estudantes em Lisboa, e agora também de associações, juntas de freguesia e empresas. As reparações passam a ser apoiadas.
Do bolo de 340 mil euros para este ano:
- 185 mil são para pessoas singulares, dos quais 170 mil serviram para comparticipar a aquisição de bicicletas novas e os restantes 15 mil para a compra de acessórios como cadeirinhas de criança ou reparações de bicicletas usadas;
- 35 mil para associações sem fins lucrativos;
- 25 mil para empresários em nome individual;
- 20 mil para Juntas de Freguesia do concelho;
- 75 mil para empresas privadas.
A Câmara de Lisboa tem ainda reservados 85 mil euros para pessoas singulares que tenham comprado bicicletas até 31 de Dezembro de 2020 e que ainda não se candidataram ao programa, podendo fazê-lo até ao último dia de Junho. Haverá ainda mais 75 mil euros para distribuir passes mensais do sistema de bicicletas partilhadas GIRA – sendo que este apoio não será lançado para já. No total, o orçamento ascende aos 500 mil euros.
Para já, a autarquia vai comparticipar:
- bicicletas não eléctricas:
- convencionais: 50% do valor até 100 euros;
- de carga: 50% do valor até 300 euros;
- bicicletas eléctricas:
- convencionais: 50% do valor até 350 euros;
- de carga: 50% do valor até 500 euros;
- adaptadas: 75% do valor até 500 euros;
- reparação e acessórios: 50% do valor até 80 euros.
As candidaturas ao programa municipal de apoio à aquisição (e agora também reparação) de bicicletas abrem até ao final desta semana nesta página. São aceites apenas aquisições realizadas em loja física e num dos lojistas aderentes ao programa (a lista está na hiperligação anterior). São elegíveis as aquisições de bicicletas, acessórios ou serviços de reparação efectuados a partir do dia 1 de Janeiro de 2021. O prazo só termina no dia 30 de novembro de 2021 ou atingindo o limite da dotação orçamental.
Os apoios da Câmara de Lisboa acumulam com os do Governo e do seu Fundo Ambiental, que está a comparticipar a compra de bicicletas convencionais e de carga – eléctricas e não eléctricas –; as candidaturas podem ser apresentadas aqui.
Como correu o programa em 2020?
Apesar de ter tido um orçamento original de três milhões de euros, a autarquia acabou por gastar cerca de 600 mil euros, tendo aprovando um total de 3305 candidaturas, correspondentes a 90% dos pedidos de comparticipação que recebeu. 66% dos apoios concedidos foram para bicicletas eléctricas (convencionais, de carga e adaptadas).
Dados de um inquérito realizado aos beneficiários e comerciantes abrangidos pelo programa e que foram entretanto revelados pelo vereador da Mobilidade, Miguel Gaspar, indicam que:
- 92,3% das pessoas compraram uma bicicleta em 2020 motivadas pela comparticipação municipal;
- 62,1% passou a usar a bicicleta como principal meio de transporte após a aquisição (6,2% já a usava mas trocou-a pela nova e 31,7% respondeu que não);
- 39,4% dos beneficiários disse que a pandemia também foi um motivo à compra;
- 54,2% referiu que estaciona a bicicleta na garagem, arrecadação ou noutro local dentro do prédio, 41,8% guarda-a dentro de casa e apenas uma fatia residual a deixa na rua;
- do lado dos comerciantes, 55% notou que a procura cresceu muito enquanto que 45% refere que aumentou mas pouco;
- 45% aponta que a oferta de bicicletas disponível no mercado limitou as suas vendas em todas as gamas, 14% disse que em algumas e 41% respondeu que não sentiu limitações;
- 23% dos comerciantes contratou ou prevê a contratação de mais funcionários devido ao aumento da procura por bicicletas.
De acordo com as observações realizadas em Outubro do ano passado pelo Instituto Superior Técnico, a proporção de bicicletas eléctricas em circulação na cidade aumentou de 5% (2018) para 17,5% (2020) das bicicletas particulares. As bicicletas eléctricas de uso próprio chegaram a representar mais de 26% em alguns locais da cidade de Lisboa. “Numa cidade com as características orográficas de Lisboa não surpreende a crescente adesão às bicicletas eléctricas”, apontam os investigadores do Técnico.