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Ciclovia da Avenida da Índia adiada. Projecto pop-up na gaveta

Fotografia de Mário Rui André/Lisboa Para Pessoas

Afinal, o projecto para a ciclovia da Avenida da Índia, publicado no site da autarquia, não vai avançar. Fica suspensa a ligação entre as ciclovias já existentes na Rua Fernão Mendes Pinto, no lado de Algés, e na Avenida 24 de Julho, no lado de Alcântara. Porque as cidades são feitas de compromissos, para a Avenida da Índia está a ser estudada uma solução mais definitiva que não comprometa tanto a circulação viária.

Um porta-voz da vereação de mobilidade da Câmara de Lisboa explicou ao Lisboa Para Pessoas que o novo traçado está a ser trabalhado neste momento, encontrando-se em fase final de projecto, e a expectativa é o lançamento da obra logo de seguida. A ciclovia na Avenida da Índia avançará, portanto, este ano, mas com uma configuração diferente da previamente anunciada – será uma obra mais de fundo e não no estilo pop-up.

A filosofia pop-up surgiu há um ano. A pandemia evidenciou uma necessidade de alargar o espaço dedicado à bicicleta, para que esta se tornasse uma opção de transporte para mais pessoas – viável, segura, individual e alternativa, tanto ao automóvel (insustentável do ponto de vista de espaço e poluição), como ao transporte público (agora limitado em ocupação). Várias cidades desenharam planos de alargamento rápido da sua infraestrutura ciclável, com recurso a tinta e balizadores de baixo custo. Em dias ou por vezes horas, colocaram no terreno novas ciclovias. Em Lisboa, existiu um ambicioso plano de ciclovias pop-up, que não se chegou a ser concretizado na totalidade, à semelhança do que sucedeu noutras cidades. No entanto, Lisboa continua a olhar para a meta dos 200 km cicláveis e muitos dos trajectos anunciados como pop-up estão agora a ser pensados numa lógica mais definitiva.

A futura ciclovia na Avenida da Índia vai desenvolver-se na mesma no lado da avenida para onde estava prevista a pop-up, sendo que num troço entre a Cordoaria Nacional e a Avenida 24 de Julho deverá ser instalada no passeio. Desta forma, serão mantidas as quatro vias de trânsito na Avenida da Índia na aproximação a Alcântara, de onde é possível aceder à Ponte 25 de Abril e a uma das saídas da cidade. No restante traçado, deverá ser mantida a sua configuração, isto é, com a supressão de uma via num dos sentidos da avenida. Note-se que, no desenho pop-up, já existia uma pequena zona, à chegada ao nó de Alcântara e à 24 de Julho, onde a ciclovia passava para um passeio partilhado entre peões e velocípedes.

A ciclovia da Avenida da Índia criará um eixo ciclável importante, para fins utilitários, na freguesia de Belém, ligando Algés, Alcântara e a partir daí o resto da cidade, quer através da ciclovia na Avenida 24 de Julho (que segue para o Cais do Sodré), quer através da futura ciclovia na Avenida de Ceuta (que ligará directamente a Campolide ou Benfica).

Apesar de colocado na gaveta, o projecto pop-up continua disponível na página de projectos cicláveis da Câmara de Lisboa, apesar de nunca ter tido uma data de lançamento. O projecto previa uma ciclovia segregada com balizadores e elementos de betão, mas também com algumas floreiras para aumentar a percepção de segurança por parte dos utilizadores mais vulneráveis. O lançamento da ciclovia pop-up na Avenida da Índia já terá estado para se iniciar várias vezes.