
Ficam bem em qualquer fotografia, mas bem mais importante é a sua função no ecossistema. Um conjunto de ilhas flutuantes onde cresce vegetação passou a fazer parte do lago da Doca da Caldeirinha, na Ribeira das Naus, permitindo uma depuração natural das águas, sem recurso a mecanismos não biológicos, e a atracção de biodiversidade.
Da próxima vez que passares pela Ribeira das Naus, a pé ou de bicicleta, não deixes de espreitar para a Doca da Caldeirinha. Aí vais ver um pequeno ecossistema que parece funcionar por si, sem depender de ninguém. Várias plataformas flutuantes de cortiça recuperada de rolhas de garrafas permitem o crescimento de vegetação que através das suas raízes é capaz de absorver e degradar poluentes, purificando a água. O processo é conhecido como biorremediação, e é simples, barato e natural.
Por vezes, a acumulação de matéria orgânica, como folhas e fezes de animais, associada a sistemas de filtragem e arejamento pouco eficientes para a quantidade de materiais a depurar, culmina em lagos com águas escuras. A depuração biológica (biorremediação) surge, assim, como uma solução de base natural para lagos da cidade. Além da Ribeira das Naus, esta técnica com ilhas biológicas está a ser usada também no lago da Estufa Fria.
Na prática, estas ilhas – que podem ser formadas por plantas como o poejo, iris-amarelo, erva-pombina ou junco – recriam o ambiente natural de ecossistemas ribeirinhos, lagoas, etc, atraindo também animais como patos e gaivotas.