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Velo-city 2021: maior conferência mundial de mobilidade em bicicleta prestes a arrancar em Lisboa

Lisboa acolhe a maior conferência mundial de mobilidade em bicicleta. Adiada inicialmente de Junho para Setembro, devido à pandemia, a Velo-city realiza-se na capital portuguesa antes de partir no próximo ano para Liubliana. O certame irá decorrer de 6 a 9 de Setembro na FIL.

Fotografia cortesia de Américo Simas Coelho/CML

Lisboa construiu os primeiros quilómetros de ciclovias em 2001. Mas só em 2014 a bicicleta passou do departamento dos espaços verdes para o da mobilidade, e passou a ser entendida como um meio de transporte como os outros já existente na cidade. Nos últimos anos, a capital portuguesa tem vindo a incluir a bicicleta na sua política e estratégia de mobilidade; passou de 90 km cicláveis construídos em 2017 para cerca de 150 km à data de hoje. A meta está, para já, fixada nos 200 km. Lançou a GIRA, um sistema público de bicicletas partilhadas. Criou estacionamento para velocípedes, tanto à superfície como coberto.

É neste contexto que Lisboa acolhe a maior conferência mundial de mobilidade em bicicleta. Adiada inicialmente de Junho para Setembro, devido à pandemia, a Velo-city realiza-se na capital portuguesa antes de partir no próximo ano para Liubliana. O certame irá decorrer de 6 a 9 de Setembro na FIL. É um evento destinado a todos os que se interessam pelo sector.

O que é a Velo-city?

A Velo-city é a maior conferência mundial de mobilidade em bicicleta. É organizada pela Federação Europeia de Ciclistas (ECF, na sigla inglesa), cuja fundação foi inspirada pelo evento. A primeira edição da Velo-city realizou-se em 1980 na cidade alemã de Bremen e, desde então, tem percorrido várias cidades mundiais, sobretudo na Europa. Já passou por Londres, Copenhaga, Milão, Barcelona, Edimburgo, Paris, Montreal ou Rio de Janeiro.

Lisboa vai acolher a 27ª edição da Velo-city, depois de Dublin ter organizado a conferência pelo seu segundo ano em 2019 (a edição de 2020, marcada para Ljubljana, na Eslovénia, foi adiada para 2022 devido à pandemia). As cidades candidatam-se e a anfitriã de cada edição é seleccionada pela ECF. Lisboa já tinha estado entre as finalistas para receber a Velo-city em 2017, numa disputa com Estocolmo (Suécia) e Arnhem (Holanda) – perdeu para esta última.

Lisboa conquistou a Velo-city em 2021 pelo forte compromisso político local e nacional na melhoria dos modos de transporte activos, e pelo envolvimento na candidatura da indústria nacional da bicicleta, da academia e de associações e organizações da sociedade civil, como a MUBi, a Estrada Viva, a Federação Portuguesa de Ciclismo, a ACA-M e a FCPUB.

Por cada cidade onde passa, a Velo-city acaba por ter indirectamente um importante papel na promoção da bicicleta como meio de transporte e por acelerar investimentos em infra-estruturas locais. A edição da Velo-city em Lisboa é organizada pela Federação Europeia de Ciclistas com a EMEL e a Câmara Municipal de Lisboa.

Quando e onde vai ser a Velo-city?

A Velo-city vai decorrer de 6 a 9 de Setembro no Pavilhão 1 da FIL, em Lisboa. O recinto de cerca de 10 mil metros quadrados será composto por quatro palcos: o Red Stage, o Yellow Stage, o Green Stage e o Blue Stage. Este último acolherá as sessões plenárias, mas existirá ao longo do dia programação distribuída e em simultâneo pelos diferentes palcos.

Além das áreas das sessões de conferência, haverá espaço para networking, uma zona expositiva e o chamado “Ambassador Lounge”, um local de acesso exclusivo, para quem tenha adquirido o bilhete mais caro do evento (mais informação sobre os bilhetes em baixo).

Qual é o tema da Velo-city?

Cada edição da Velo-city é única, não só porque é uma cidade diferente a servir-lhe de palco, mas também porque há um tema associado. Em 2021, falar-se-á de diversidade, da “cycle diversity”. Esta “cycle diversity” revela-se numa variedade de circunstâncias, contextos políticos, climas, ambientes naturais ou humanos com ciclistas de todas as idades, origens e géneros, e com todos os tipos de bicicletas, utilizadas para diferentes fins. A diversidade é, acima de tudo, uma mais-valia a ter e a acarinhar.

Quanto mais diversas são as cidades, mais resilientes se tornam. As cidades são vivas, vibrantes e sedutoras, duradouras no tempo, atraindo os talentos e as pessoas necessárias para a sustentabilidade social, económica e financeira. Para pensar mais além. Vivemos em tempos desafiantes que exigem uma ação política ambiciosa, onde a equidade, a justiça intergeracional e a preocupação climática devem estar sempre presentes. Devemos tirar partido da diversidade ciclística para combater as desigualdades das nossas cidades e mitigar os seus efeitos, promovendo o acesso à utilização da bicicleta.

– Velo-city 2021
Fotografia cortesia de Américo Simas Coelho/CML

O tema da diversidade vai dividir-se em cinco sub-temas, que serão tratados nas diferentes sessões de conferência ao longo dos quatro dia do certame:

  • Diversidade de bicicletas e mobilidade urbana: como é que os diferentes tipos de bicicletas (partilhadas, eléctricas, de carga, dobráveis, etc) se enquadram no sistema de mobilidade urbana? Como é que a mobilidade urbana se desenvolve entre a mobilidade suave, os veículos partilhados, as opções de transportes públicos e a visão da mobilidade como um serviço?
  • Economia e turismo: quais são os impactos económicos da mobilidade ciclável e qual é o papel da indústria e dos fabricantes de bicicletas? Que benefícios são gerados e quais são as externalidades eliminadas?
  • Reestruturação das cidades e política: como se pode distribuir de forma mais igualitária o espaço nas nossas cidades, apelando a uma melhor infraestrutura que permita mobilidade ciclável segura para todos? Como construir a cidade de 15 minutos à escala humana com urbanismo tático e soluções pop-up?
  • Construção Comunitária, Co-criação e Inclusão: qual o papel dos movimentos sociais e defensores dos ciclistas na construção de programas comunitários relacionados com o uso da bicicleta nas deslocações para a escola ou para o trabalho, as condições para andar a pé, iniciativas desportivas, e questões de género, cultura e a luta pela equidade social?
  • Saúde e Resiliência Climática: como pode a bicicleta servir para aumentar a resiliência, quebrar padrões de comportamento de viagem perversos e lutar por estilos de vida mais saudáveis e melhor qualidade do ar?

Podes consultar o programa em detalhe por aqui. E os oradores estão aqui.

Para quem é a Velo-city?

A Velo-city é para todos os que tenham interesse no tema da mobilidade em bicicleta e tenham disponibilidade financeira para participar neste evento. Com mais de 250 oradores oriundos de mais de 60 países e 30 expositores, a Velo-city é, à semelhança do Web Summit, para os profissionais do sector da mobilidade, empresários ligados à bicicleta, decisores políticos, jornalistas que tratem as cidades e também para estudantes cujas áreas de conhecimento se relacionem com as temáticas do certame.

A Velo-city terá sessões de conferência, expositores de empresas e projectos e oportunidades para networking. São esperados 750 participantes presenciais e mais de 1000 participantes digitais (devido à pandemia, o evento decorrerá em formato híbrido).

Quanto custa a Velo-city?

Como a generalidade das conferências especializadas, a Velo-city é um evento caro. O bilhete digital é o mais acessível de todos – 120 euros, e o Lisboa Para Pessoas terá três para oferecer ao longo desta semana (mais info no final do artigo). Com este bilhete digital, é possível assistir às sessões a partir de casa e em qualquer parte do mundo com acesso à internet. Os conteúdos vão ficar disponíveis durante um ano, haverá resumos diários e todas as sessões estarão disponíveis em podcast. A plataforma digital da Velo-city também permitirá fazer networking e aceder a exposições em formato virtual.

O bilhete normal custa 850 euros e, além de dar acesso ao recinto da FIL e a todas as actividades da Velo-city em formato presencial, também permitirá aceder aos conteúdos digitalmente, participar no desfile de bicicletas (bike parade), ter almoço durante os quatro dias e ir ao jantar de gala no último dia. Para estudantes, existe desconto de 50%, ficando a 435 euros. Já o bilhete para “embaixadores” custa 999 euros e dá acesso às áreas reservadas, como o Ambassador Lounge. Há bilhetes de grupos: 1 700 euros por três pessoas ou 2 550 euros por seis pessoas. Há ainda bilhetes diários a 300 euros e bilhetes para pessoas de Países Em Desenvolvimento (de acordo com o Banco Mundial) por 425 euros (o mesmo desconto de 50%).

Todas as informações podem ser encontradas aqui.

Já para fazeres parte da exposição do Velo-city e expores o teu produto, serviço, negócio ou projecto, terás de desembolsar entre 750 e 7500 euros. Mais info aqui e aqui.

Sem bilhete, posso fazer parte?

O desfile de bicicletas ou bike parade é um dos momentos mais aguardados da Velo-city e, apesar de em teoria só estar aberto aos participantes da Velo-city, irá realizar-se nas ruas da cidade, pelo que qualquer pessoa poderá pelo menos assistir à passagem das bicicletas.

O desfile está marcado para as 18h30 do dia 8 de Setembro. O início será na FIL e a parada será acompanhada pelas autoridades de forma a garantir a segurança de todas as pessoas.

Como posso ganhar bilhetes?

O Lisboa Para Pessoas é parceiro de media da Velo-city 2021 e juntou-se à organização para oferecer três bilhetes digitais – no valor de 120 euros cada – a três dos seus leitores. O primeiro será oferecido na data de publicação deste artigo, 23 de Agosto. Para te habilitares, basta enviares para [email protected] um e-mail com a resposta à seguinte pergunta: qual o tema desta edição da Velo-city? Serão aceites e-mails até às 23h59 do dia 24 de Agosto; o vencedor será sorteado entre todas as participações validadas.

Os restantes dois bilhetes serão oferecidos durante esta semana aos assinantes da newsletter do Lisboa Para Pessoas, através de um passatempo semelhante. Fica atento!